terça-feira, 14 de julho de 2015

Aspectos da Terra




Árvores seculares cobriam a região. Cedros, aroeiras, pau d’arco, freijó, pau branco, oiticicas, carnaubeiras, sabiás, umburanas, Arapiraca, pereiros e muitas outras madeiras de lei formavam o rico tesouro de uma fibra exuberante, quase desaparecida hoje, protegendo o solo com a frescura de suas sombras, entre as quais vagueavam inúmeros representantes de nossa fauna, tais como: onças, gatos maracajás, raposas, guaxinins, capivaras, pacas, veados, caititus, macacos, cotias, e um sem números de aves de toda espécie como emas, seriemas, cericórias, papagaios, jacus, maracanãs, araras, jandaias, periquitos, jaçanãs, etc. além de variados tipos de pássaros de lindas e variadas cores, como sejam cupidos, graúnas, corrupiões, canários, cabeças vermelhas ou galos de campina, sanhaçus, bem-te-vis, pintassilgos, etc.

Pela margem do rio e a beira das lagoas, garças, jaçanãs, socós, guarás, marrecas e patos selvagens viam-se a cada passo.
O rio Acaraú (rio das Garças) era então mais estreito. No decurso de anos foi se alargando seu leito, do lado direito, onde as ribanceiras foram pouco a pouco desmoronando, o que ainda em nossos dias se verifica.

Lagoa da Fazenda Macacos
Na fazenda Caiçara havia várias lagoas como a do Feijão, a do Junco e outras, hoje inteiramente aterradas.

A Lagoa da Fazenda era muito mais profunda e as suas águas conservavam-se de um inverno a outro, sendo aquele sítio preferido pela rapaziada do tempo para os deliciosos banhos. A lâmina d’água ainda no começo do século XIX era de mais de dois metros, conforme ouvimos de vários velhos que por experiência conheciam aquelas amenas paragens, tão aprazíveis pelos seus juncos, pacovais e aguapés. 
Encravada na Fazenda dos Macacos, residência do Coronel Antônio Rodrigues Magalhães e de sua mulher Quitéria Marques de Jesus, a Lagoa da Fazenda foi inicialmente cortada pela Estrada da Bethânia, construída por Dom José para dar acesso ao Seminário Diocesano.

Por muitos anos, a Lagoa permaneceu sendo ponto de lazer dos habitantes de Sobral, que vinham se beneficiar da amena aragem do lugar e contemplar os perfumados aguapés.

Na gestão do Prefeito Jerônimo Prado, foi feita na Lagoa a canalização para escoamento dos esgotos. Com o considerável aumento de ligações clandestinas, a Lagoa sofreu um processo de poluição.

Durante o Governo Tasso Jereissati, 1987-1990, foram iniciadas obras de recuperação, saneamento e urbanização da Lagoa, transformada em Parque Ecológico pelo Dec. Nº 21.303/91, de 11 de março de 1991. O PARQUE ECOLÓGICO DA LAGOA DA FAZENDA foi inaugurado em outubro de 1993, no Governo Ciro Gomes. Ocupa uma área de 19,2 hectares e possui o ginásio poliesportivo Plínio Pompeu de Saboya Magalhães, administrado pela UVA, com capacidade para 2 mil pessoas, um bosque, área de lazer com restaurantes, playground, pista de cooper, quadra de esporte aberta e espelho d’água natural da Lagoa da Fazenda.

Hoje está muito aterrada e geralmente seca entre novembro e dezembro.

História de Sobral - Dom José

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