sábado, 9 de outubro de 2021

O Transporte Urbano Sobralense


Imagem ilustrativa

Ainda no final do século XIX, surge o primeiro transporte coletivo urbano em Sobral. O bonde sobre trilhos era iluminado à vela de sebo e tracionado por animais. A cidade “dispunha de uns três ou quatro bondes, com capacidade, cada um, para trinta passageiros, os quais eram puxados por uma parelha de burros” (FROTA, 1974 apud ROCHA, 2003). A Empresa Carril Sobralense, fundada em 1894, era de propriedade da Firma Sabóia, Albuquerque & Cia. (GIRÃO; SOARES, 1997, p. 122). Esta explorava o transporte de passageiros e de cargas, da Estação da Via Férrea até o centro da cidade (ROCHA, 2003, p. 131). 

A empresa possuía dois bondes, cada qual com capacidade de 30 passageiros. Segundo Girão e Soares (1997, p. 122), seu trajeto se dava da seguinte forma: saía da Estação Ferroviária, seguia por trás da Igreja do Patrocínio, passava pela Rua Conselheiro José Júlio, Travessa do Xerez, Largo do Rosário, Rua Ernesto Deocleciano, Senador Paula, Praça São João, prolongando-se até a Cruz das Almas, no Boulevard Pedro II, de onde retornava pelo mesmo percurso, num total de 3 a 4 km. (GIRÃO; SOARES, 1997, p. 122).

imagem ilustrativa

O bonde esteve em funcionamento até 1918, assim como o uso de charretes e liteiras, que se manteve até o começo do século XX. A partir de 1920, passaram a ser utilizados como meios de transporte os “caminhões mistos”, que utilizavam boleias e carrocerias para transportar passageiros e cargas (GIRÃO; SOARES, 1997, p. 122). Segundo Júnior (2010 apud SOUZA BRASIL, 1972), a instalação de novas infraestruturas decorrentes dos programas de combate às secas expandiu a malha rodoviária de Sobral a nível interurbano. 

Através da Inspetoria Federal de Obras contra as Secas (IFOCS) – mais tarde, Departamento Nacional de Obras Contra as Secas DNOCS) –, houve a ampliação e otimização de estradas, como, por exemplo, a Estrada SobralMeruoca (1913 a 1918) e a Estrada Sobral-Ibiapaba, construída a partir da seca de 1919. Com a implantação da estrada de ferro Fortaleza-Sobral, parte dos trilhos percorria a periferia da cidade. A área compreendida entre o rio Acaraú e a linha férrea é denominada de “intra-trilhos”. Segundo Rocha (2003),

O intra-trilhos, em seus primeiros anos, possuía grandes áreas desocupadas, e a cidade pôde expandir-se horizontalmente. Já no início dos anos 70 do século XX, o intra-trilhos estava praticamente ocupado em sua totalidade, abrigando a classe dominante sobralense, restando livres apenas terrenos de difícil utilização, várzeas, lagoas, etc. (ROCHA, 2003, p. 212).


Nenhum comentário:

Postar um comentário