terça-feira, 24 de dezembro de 2024

CASA EM QUE NASCEU DR. GUARANY MONT´ALVERNE.

 






Em 1912, mês de outubro, nascia nessa casa Antonio Guarany Mont´Alverne, filho de Antonio Mont´alverne Filho e Maria Marphisa Araújo Mont´Alverne. Essa rua era chamada Rua do Marinho, hoje, Ernesto Deocleciano. O fato é que não existia a atual pracinha e dizia-se Largo do Rosário, depois Praça 5 de Julho e atualmente Mons. Linhares. Com a mudança do casal para Rua Dr. João do Monte, cujo casarão foi inaugurado em maio de 1918, esta casa passou ser um hotel, ou simplesmente Hotel do Norte, cuja proprietária era a Dondon Ponte. Essa foto é de 1924, mas foi em 1922 que o Tenente Castelo Branco, que residia no hotel foi provocado pela proprietária no sentido de prender o vereador Chico Monte aliado do Dr. José Saboia. Dondon foi feroz com suas palavras e furiosa nos gestos dizendo: Vista minha saia se não tens coragem de prender esse indisciplinado.O fim foi triste: Castelo Branco acabou se envolvendo em luta com Chico Monte, sendo ferido com golpes de faca e falecendo três dias depois nesse mesmo hotel porque à época a Santa Casa não tinha sido inaugurada o que só veio ocorrer em 1925.


Via: Joscel Vasconcelos 

sábado, 21 de dezembro de 2024

CASA EM SOBRAL ONDE FUNCIONOU O SAMDU




Antiga casa situada no entrocamento das hoje Ruas Conselheiro José Júlio, com a Tabelião Ildefonso Cavalcante, esquina em diagonal com o Patronato. Outrora serviu de residência da família do sr. Eloy Saboia, e onde em parte dela (a das janelas ao lado do jardim) funcionou, quando de sua instalação, o SAMDU - Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência, obra levada para Sobral pelo Chico Monte. Dela hoje nada mais resta, que a faça lembrar, foi totalmente descaracterisada e em seu local encontra-se uma Agência da Caixa Econômica.

Lembro-me que essa, hoje Rua Tabelião Ildefonso Cavalcante, era a estrada por onde outrora iamos de Sobral para a Palma, e por onde com meu pai Otávio Belchior, acompanhei a romaria encabeçada pelo Dr. Antônio Custódio de Azevêdo, levando para uma igrejinha no Aprazível uma belissima imagem de Nossa Senhora de Fátima, vinda de Portugal.

Obs: A Foto pertence ao acervo do prezado José Carlos Ponte Soares, que gentilmente, me remeteu.

Por: Wilson Belchior, em 19 / Dez. / 2024.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

HISTÓRICA CASA EM SOBRAL

 



Por: Wilson Belchior

Em: 15 / Dez. / 2024


Foto mais antiga dessa casa que fica na rua Santo Antônio. Foi construída pelo Pe. Ibiapina e era uma de suas 22 Casa de Caridade por ele construídas no Nordeste. Foi vendida na décade de 1920 por Dom José para ajudar na construção da Santa Casa de Misericórdia de Sobral, e o comprador foi inicialmente seu Manoel Rios. Depois ele vendeu à família Pacheco Passos, e nos meus tempo de Sobral moraram as inúptas, Sinhá e Graziela Passos. A igrejinha ficava logo na esquina cruzando a rua.
Em 1953, aproximadamente, quando haviam as trezenas de Santo Antônio, eu, a mando do Pe. Gonçalo, ajudava D. Nazaré Hardy abrir a Igrejinha, como também a tocar o sino. Eu adorava tocar o sino e o Pe. Gonçalo me pedia que eu tocasse bem alto, para ser ouvido, desde a pração da Várzea, até a praça do São João, da Praça da Sé, até a Praça da Coluna. Eu arrebentava a ponto de estourar os tímpanos das inúptas, Sinhá e Graziela, que pediram a seu sobrinho jornalista Oscar Pacheco Passos, para reclamar a Dom José, e ele, para a minha tristeza e do Pe. Gonçalo, mandou retirar o sino.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Adendos históricos

 


Esse é o lado poente da Praça da Sé. Projetando o vértice da antiga Câmara e Cadeia, encontraremos a hoje Rua Carlito Pompeu, e a sua direita, nas duas primeiras casas moraram: 1. Um banqueiro de meio a meio, que o conheci. 2. Casa do seu João Linhares, pai do nosso amigo Timboco. ..Agora cruzando-se, a dita Rua Carlito Pompeu, nos anos 50: 3. Escritório onde o Ilustre Dr. Tomaz Aragão descobriu a cura da famigerada doença do Calazar. 4. Casa do Capitão- Mor José de Xerez Furna Uchoa. 5. Casa onde morou D. Pepita e seus filhos Ralf, Esquilo e outros. 6. Casa do seu José Solon de Aguiar, pai do Chaguinha e do Nicolau Solon, e de várias moças bonitas. Continuando, sem seguir a ordem: Sobrado dos pais do Firmino Dias Lopes, hoje Cel. aposentado do Exército Brasileiro. Casa onde morou o Javan, homem mais viril de toda a Sobral. Casa onde morou a familia de seu Moroni, grande Gerente do Banco do Brasil, pai do meu amigo Iedo Moroni. Casa do seu Randal Pompeu, onde na frente existia um grande pé de castanhola, e o Dr. Lister Parente, parqueava seu JEEP. (Wilson Belchior - historiador sobralense).

 

domingo, 21 de janeiro de 2024

A verdadeira estória da "cama de baleia"

 




Os missionários capuchinhos marcaram presença no Brasil desde 1612, quando Cláudio de Abbeville e Ivo d’Evreux, cada um com seus escritos, iniciaram a moderna história do Maranhão. Desde então passaram a visitar o Brasil e mais especialmente o Nordeste, onde promoviam a catequese e a evangelização da população.   

Frei Vidal da Penha foi um desses capuchinhos. Entre 1780 e 1820 pregou em toda a região nordestina e ficou imortalizado no imaginário popular por seus inflamados sermões versando sobre as virtudes humanas. Virou tema da literatura de cordel por causa de suas profecias sobre o fim do mundo. Contam que Frei Vidal, em suas andanças pelo sertão, era conduzido em uma rede. Onde chegava, juntava-se uma turma de homens que o conduzia até a próxima parada.


O povo simples do sertão tinha muita fé no religioso que era considerado um santo. Nos lugares que passava, tinha o costume de erguer igrejas e cruzeiros nos locais em celebrava missas e fazia pregações. Muitos deles foram marcos para o começo de povoados e futuras cidades, a exemplo de Itapajé e Bela Cruz no Ceará. Muitas outras localidades contaram com alguns exemplares dessas edificações, hoje desaparecidas, testemunhos da passagem de Frei Vidal, por várias regiões do Ceará.     

Seu verdadeiro nome era Vitale da Frascarolo. O missionário também é citado como Frei Vidal de Fraccardo. O nome “da Penha” é em alusão ao convento de Nossa Senhora da Penha, localizado em Recife em Pernambuco, onde o mesmo vivia antes das suas missões. Italiano que peregrinava pelos sertões de Pernambuco e Ceará nos últimos anos do século XVIII, o frade tinha como marca registrada a catequese dos habitantes e índios da região. Mas Frei Vidal não catequizou apenas selvagens. Contribuiu com seus esforços para uma outra catequese – a do civilizado – talvez a mais difícil, mostrando do púlpito seus erros, suas paixões, seus desvios, chamando-o ao bom caminho.

Certo dia o religioso missionava em Campo Grande sobre a Serra da Ibiapaba. Num dos sermões falou sobre os sambas e toques de viola, então muito em voga nos sertões cearenses. Do púlpito, pediu que os possuidores de violas, as trouxessem sob pena de excomunhão. O efeito foi imediato. Foi como se uma bomba estivesse estourado no seio daquela população inculta.

Surgiram violas de todos os cantos, e em poucos dias a casa de hospedagem do padre estava entulhada desse instrumento. O missionário mandou dependura-las nos galhos de uma árvore seca, arrumando uma parte dela embaixo da mesma árvore. Feito isso, ateou fogo à pilha de violas que arderam, e ao queimarem-se as cordas das violas vibravam, e o som era ouvido pelos assistentes.   

Também ficou famoso por suas profecias catastróficas de fim do mundo, que por muitos anos permaneceram no imaginário da população local, que acreditava em suas palavras, e propagavam seus relatos. Um fato peculiar de suas profecias lendárias é que ele sempre mencionava "o rabo baleia" ou "a baleia adormecida", animal que segundo ele, vivia adormecido sob as cidades da região. Segundo ele, ao acordar e se mover nas entranhas da terra, a "baleia" provocaria grande devastação.

Em Santana do Acaraú, um gaiato pregou uma peça de extremo mau gosto no sacerdote. Conta-se que tendo parado às margens do rio que corta aquela cidade, Frei Vidal aproveitou para beber água e banhar-se, tendo deixado o seu chapéu no galho de uma árvore. Um sujeito de maus bofes aproveitou sua distração para defecar dentro do mesmo. Ao sair dali, Frei Vidal retirou suas sandálias, bateu o pó que as impregnava e vaticinou que Santana estaria fadada a tornar-se “cama de baleia” e crescer sempre baixo, como o rabo de sua alimária. As cidades que nasceram às margens do Rio Jaguaribe também foram ameaçadas com igual vaticínio, pois segundo ele, Aracati seria a primeira da lista e as águas invasoras de um possível Tsunami iriam transformar a distante Icó em porto de navio.


Santana do Acaraú e as cidades vizinhas seriam inundadas devido ao arrombamento de um açude pelo movimento do lendário mamífero adormecido nas entranhas da terra. Previa ainda que esse açude seria construído no Rio Acaraú, e que o açude teria nome de um pássaro. Lenda ou não o açude realmente foi construído, o Açude Araras, e nos últimos anos diversas cidades da Região Norte do Ceará, próximas a Sobral sofreram abalos sísmicos.

Por onde passava, a multidão ouvia-o enternecida à sua palavra de ouro e fé. Ao longo do vale de Crateús, certo dia, Frei Vidal bate a porta da casa grande da fazenda do Coronel José Ferreira de Melo, onde foi recebido alegremente. Era uma honra hospedar a figura singular e marcante do notável missionário. Anunciada a prédica, juntou-se uma multidão de gente, vinda de toda parte. Foi nesta oportunidade que Frei Vidal, fez veemente um apelo ao rico fazendeiro, no sentido de que mandasse construir uma capela. Homens daqueles tempos idos e vividos, não faltavam com a palavra, promessa feita, promessa cumprida.

O sertanejo acedeu, dando início às obras, que foram concluídas em 1810. Aos poucos, foi-se chegando gente e principiou um modesto arruado, em forma de quatro, ao redor da capela de Nossa Senhora Santana. A florescente povoação elevou-se a distrito de Paz com o nome de Pelo Sinal, por resolução n.º 56 de 6 de setembro de 1836. No local hoje encontra-se a cidade de Independência.

Considerado o maior missionário que estas paragens já conheceu, com suas missões nunca esquecidas, e que se tornaram lendárias, sua fama era tamanha, que para sua aposentadoria, o Senado da Câmara de Fortaleza, arranjou-lhe a melhor casa da Villa, a então residência do mestre alfaiate Salvador José Quaresma.


Fontes:
Revista do Instituto do Ceará – “No Tempo de Frei Vidal...” de Eusébio de Sousa
http://acordacordel.blogspot.com.br
figura do cordel Revistas USP

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Sobral na década 1940

 




Essa foto, segundo o historiador Wilson Belchior, foi tirada, após o ano de 1938, quando havia sido construída a torre da rádio Imperator, um dos muitos empreendimentos do empresário Falb Rangel. Os estúdios dessa rádio situavam-se atrás do Cine São João, na antiga Rua dos Noivos, atual Cel. Mont'Alverne. A árvore, 
que aparece em primeiro plano, ainda segundo o historiador,  é um "Pé de Torém", de cujas folhas era feito um chá usado para tratamentos hepáticos e dores estomacal, dentre outros incómodos da saúde. "Nas proximidades dos dois bancos que se vê, o maestro José Wilson Brasil, nosso querido Zé da Macaca, e sua banda a Furiosa, costumava nos fins de semana, executar excelentes valsas e dobrados. A casa dos fundos, era a mais bela residência da Praça São João, talvez de toda a Sobral, pertencia ao casal Chiquinho Rangel e D. Nina Cialdine. Numa das casas à direita, a quase já encoberta por uma árvore, situava-se a famosa alfaiataria do Chico Martins, que além de alfaiate, que na época, muito ajudou o Guarany de nossa Sobral", narrou o historiador.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Padre José Palhano de Saboia

 




José Palhano de Saboia nasceu em Crateús (CE) em 1922, filho de Júlio de Saboia e de Maria de Jesus Palhano de Saboia.

Foi seminarista em Sobral e pupilo predileto do bispo Dom José, o qual o adotara como se fora filho. Essa aproximação rendeu ao padre muitas oportunidades, dentre elas a de estudar em Roma.

A criançada de 1958 jamais esqueceu a imagem do padre, fosse nos palanques, quando candidato a prefeito, pilotando motos, dirigindo jipões alemães, fazendo voos rasantes em seu avião. Ele era uma espécie de herói que protegia as crianças contra os males do comunismo.

Sacerdote de grande atuação no norte do Ceará, iniciou sua carreira política ao se eleger prefeito do município de Sobral (CE) em 1958, derrotando o “coronel” Chico Monte e seu poderoso grupo político.

Por assumir posições que muitas vezes contrastavam com o sacerdócio, foi acusado pelos católicos ortodoxos de Sobral de pecar contra sua condição religiosa. Durante o governo João Goulart (1961-1964), obteve a concessão da Rádio Tupinambá de Sobral.

No pleito de outubro de 1962, foi eleito deputado federal pelo Ceará na legenda da União pelo Ceará, que reunia o Partido Social Democrático (PSD) e a União Democrática Nacional (UDN). Assumiu sua cadeira em fevereiro de 1963 e posteriormente transferiu-se para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Após o movimento político-militar de março de 1964, teve seu mandato cassado em 13 de junho seguinte com base no Ato Institucional nº 1, sendo obrigado a abandonar a Câmara.

Em novembro de 1976, foi suspenso de ordens por ter acusado o bispo de Sobral, dom Valfrido Teixeira, de acobertar o furto de imagens do Museu Diocesano Sobralense. Em março do ano seguinte, manifestou ao arcebispo de Fortaleza, cardeal Aluísio Lorscheider, seu desejo de reintegrar-se à Igreja.

O prefeito José Parente Prado o homenageou com fazendo a doação de terrenos para a formação do bairro Padre Palhano, um dos maiores pontos de concentração da Cidade.

Faleceu em Fortaleza no dia 18 de maio de 1982.


By : ARQ. DEP. PESQ. JORNAL DO BRASIL; CÂM. DEP. Anais; CÂM. DEP. Deputados; GIRÃO, R. Ceará; IstoÉ (26/5/ 82); Jornal do Brasil (20/3/77 e 19