sábado, 30 de outubro de 2021

COMO ERA O ABASTECIMENTO D’ÁGUA EM SOBRAL

 



Quem hoje bebe da água tratada, que chega facilmente através das torneiras, não pode avaliar o padecer deste povo, antes da implantação do SAAE. À procura de água, diariamente, formava-se uma procissão de pessoas carregando latas, baldes e outros depósitos, a caminho do rio, das barragens, chafarizes, ou de alguns poços e cacimbas. Era comum a presença de comboios de jumentos transportando o líquido em ancoretas (barril de madeira).


O fornecimento de água foi durante muito tempo uma atividade que gerava ocupação e renda para muitos dos jovens da época, principalmente dos que moravam às margens ou próximo delas. Geralmente eles se utilizavam de carrinhos de madeira, animais ou carregavam latas nas extremidades de um pau que carregavam sobre os ombros. Graças a essa lida diária, eles ajudavam a suprir as necessidades dos moradores, adjacentes e dessa forma ajudavam suas famílias no sustento cotidiano.

Nas residências mais abastadas, era comum a existência de poços ou cisternas com bombas de sucção. Diversos prédios e residências também eram abastecidos pela água fornecida pela enorme caixa de água da Diocese, que dera origem ao primeiro sistema de abastecimento de água aduzida através de rede de distribuição. Tal sistema, de cuja a caixa d’água ainda existe imponente no prédio do Abrigo, foi uma das iniciativas brilhantes do bispo Dom José, que tudo fazia para minimizar problemas de nossa terra.


Este era privilégio de poucos. Para a maioria a opção era buscar o líquido nos mananciais existentes ou valer-se dos carregadores ou do abastecimento sistemático feito através de carroças, em enormes barris. As carroças prestavam o serviço que hoje é prestado pelos carros pipa. Geralmente pertencia a empresas legitimamente organizadas para tal finalidade.

Dada à dificuldade da água, eram frequentes os banhos no rio Acaraú, no açude da cachoeira e nas barragens, onde se misturavam banhistas, lavadeiras e comboieiros com seus rebanhos de animais.

Também era comum a existência de chafarizes espalhados pelos bairros, que serviam de ponto de encontro para os moradores, que se enfileiravam em busca do precioso líquido. Ainda tenho boas lembranças dos chafarizes do Junco e do Campo dos Velhos.

A criação do SAAE, pelo então prefeito padre José Palhano de Saboia (Lei 88, de 08 de agosto de 196l) e sua edificação pelo prefeito Jerônimo Medeiros Prado, veio como um forte motivo dos sobralenses ficarem envaidecidos do progresso de sua terra, que a partir de então, passava a dispor de água tratada e canalizada às residências.

           


 


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