sexta-feira, 27 de novembro de 2020

 


Por Artemísio da Costa e Thiago Alves:

                                                   MESTRE JOÃO PAIVA




Atualmente ele é pouco conhecido e já quase esquecido na cidade, o que é uma lástima. Mas esse granjense foi merecedor do respeito e da confiança do maior benfeitor de Sobral. Com o aval de Dom José Tupinambá da Frota, Mestre João Paiva edificou obras que permanecerão ainda por anos e anos, desafiando o tempo e repassando lições de engenharia às novas gerações.
João Alves de Paiva nasceu a 6 de outubro de 1901, em Granja (CE). Passou a infância e a adolescência entre as cidades de Granja e Camocim, onde se iniciou na arte de construtor. Logo cedo procurou a cidade de Sobral, crendo que nela pudesse desenvolver seu talento.
Chegando aqui, passou a ser observado pelo bispo Dom José, que escolhia “a dedo” seus colaboradores. Dada a sua reconhecida competência, irrefutável honestidade e impressionante senso de justiça, no ano de 1932 João Paiva “caiu nas graças” do religioso, a exemplo do que ocorreu com o arquiteto Pedro Viana Madeira.
Começou, então, a trabalhar com Dom José na construção do Ginásio Diocesano (hoje UVA). Tornou-se seu homem de confiança em todos os empreendimentos, exercendo a função de mestre-de-obras com plenos poderes.
São inúmeras as obras em que ficou a marca do talento do Mestre João Paiva em diversas cidades da região, tais como: Granja, Bela Cruz e outras, nas quais ele edificou belas igrejas e residências. Mas as mais importantes concentram-se em Sobral, principalmente as idealizadas e concretizadas por Dom José Tupinambá da Frota. Dentre elas, destacam-se as diversas ampliações realizadas no Seminário da Betânia, na Santa Casa de Misericórdia, na residência episcopal (atualmente Museu Dom José), no Colégio Santana, no Patronato Maria Imaculada e também a remodelação da Catedral, em 1938. Vale ressaltar ainda que João Paiva participou ativamente da demolição da antiga igreja de São Francisco, bem como da construção da atual.
Deve-se, também, a seu talento a participação, em 1948, do lançamento da pedra fundamental para construção do Abrigo Sagrado Coração de Jesus, que inclui a capela lá existente. Esteve presente do início à inauguração, em 1953.
Ao lado do Mons. Aloísio Pinto, Mestre João Paiva construiu a Escola Profissional São José, no bairro Dom Expedito. Pode-se ainda encontrar em Sobral grande quantidade de residências construídas sob seu comando. Seus serviços eram constantemente solicitados pelos proprietários das construções a Dom José, de quem o mestre-de-obras era o construtor oficial.
Provavelmente, como maior tristeza do afamado Mestre, uma das realizações mais marcantes da sua vida foi a construção do túmulo do seu grande amigo e companheiro de luta, Dom José Tupinambá da Frota, na igreja da Sé. Mas, em sua religiosidade e resignação, Mestre João sempre dizia que aquilo fazia parte dos ossos do ofício.
A 21 de junho de 1931 João Alves de Paiva casou-se com Francisca Adélia Paiva. Dessa união nasceram sete filhos: Miriam, Armando (in memoriam), Walter, Maria de Lourdes, Maria Alice, jornalista Aluísio Paiva (in memoriam) e Maria de Jesus. Também soube ser pai com mestria. A todos ele deu exemplar formação religiosa, ética e cultural. Em 1961 morreu a esposa Adélia, passando a exercer a função de pai e mãe.
Depois da morte de Dom José, em 25 de setembro de 1959, o experiente mestre-de-obras ainda trabalhou muitos anos. Ele aplicou seus conhecimentos em outras grandes obras em Sobral e região. João Alves de Paiva faleceu a 10 de janeiro de 1993, aos 92 anos de idade.
É lamentável que homens como João Paiva e muitos outros que dedicaram suas vidas ao desenvolvimento deste município, que fizeram a história dessa terra, não recebam o devido reconhecimento da maioria dos sobralenses. E, em especial, da Câmara Municipal. Desse modo, seus nomes vão caindo no total esquecimento. Isto é, no mínimo, um certificado de ingratidão. E, parafraseando o jornalista Boris Casoy, repito: “Isso é uma vergonha”.
Daqui, da nossa sala de Redação, que fica no prédio do Abrigo Sagrado Coração de Jesus, cuja edificação foi acompanhada “pari passu” por Mestre João Paiva, externamos o nosso reconhecimento e a nossa gratidão ao seu incansável e valoroso trabalho. E aspiramos a que os demais sobralenses também façam o mesmo. Não como um simples gesto de imitação, mas pelo dever de gratidão e de justiça.

domingo, 1 de novembro de 2020

ÍCONES DE SOBRAL


Pálace Club


Antes da construção deste prédio, havia um outro clube bem mais modesto, fundado após a criação do Grêmio Recreativo Sobralense, em 1909.

Por iniciativa de grandes empresários e políticos da cidade, pessoas influentes de Sobral, entre eles, o jurista Dr. José Saboya de Albuquerque, também industrial e pecuarista, o Grêmio Recreativo Sobralense, através destes empreendedores, conseguiu e viu tornar-se realidade a construção de uma nova sede.

Com predominância no estilo neoclássico, por influência da arquitetura europeia, foi erguida nas imediações da praça da Meruoca, entre 1923 e 1926.

Por décadas foi frequentado pela aristocracia sobralense, quando começaram a surgir outras opções de clubes, entre estes a AABB. Mesmo assim, ainda continuou a promover por vários anos muitos encontros festivos, empresariais, intelectuai
s e culturais.

A partir de 1997 passou a ser a sede do Fórum de Sobral, e, desde o ano 2000, teve outra denominação, tornando-se o Palácio de Ciências e Línguas Estrangeiras.

Teatro São João

Este belo espaço cultural, também com predominância do estilo neoclássico, foi construído no período de 1875 a 1880, por influência da Sociedade Cultural União Sobralense, criada em 1875 e composta inicialmente por Antônio Joaquim Rodrigues Júnior, Domingos Olímpio, João Adolfo Ribeiro da Silva e José Júlio de Albuquerque Barros, que persuadiram e convenceram os empresários de Sobral a construir um grande teatro.

Este era um de seus primeiros planos: construir um teatro que também fizesse jus ao porte e ao nome da cidade. Vale lembrar que já existia o teatro Apolo, de proporções bem reduzidas e modestas.

Sobral já era uma cidade que se destacava no Ceará, produzindo e exportando muito couro, carne e algodão. E esta Sociedade tinha a cultura como prioridade no desenvolvimento.

Após a inauguração da estrada de ferro de Camocim a Sobral, em 1882, muitos atores que se apresentavam no teatro vinham de navio da Europa até o porto de Camocim e de lá viajavam de trem até Sobral.

Foi o segundo teatro de grande estilo construído no Ceará. O primeiro foi o de Icó, em 1860.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Coronel Joaquim Ribeiro






Um dos personagens importantes da história de Sobral, e que tem sido relegado a um plano secundário é o CEL. JOAQUIM RIBEIRO DA SILVA, filho do capitão mor Felipe Ribeiro da Silva e de D. Mª Bernardina do Monte, sendo seus avós paternos o cel. Félix Ribeiro da Silva e D. Maria Alves Pereira e os maternos, o também capitão mor José do Monte, cujo sogro era o capitão mor da fundação da Vila de Sobral, José de Xerez Furna Uchoa.

Destinado à carreira militar, sentou praça e era cabo, sendo logo promovido a Alferes da 1ª Cia do Batalhão de Cavalaria das Milícias de Sobral, quando foi enviado pelo presidente da Província do Ceará ao Maranhão, em 1839, por solicitação do cel. Luiz Alves e Silva (Depois Duque de Caxias), que tinha sido nomeado pelo imperador para combater a Revolta dos Balaios, que ameaçava invadir o nosso Estado. 

O encontro com os revoltosos se deu em território do Piauí, no local chamado Bebedouro, distrito da Vila de Piracuruca. Comandando homens da Guarda Nacional de Sobral e adjacências, reforçado por habitantes do local, somando ao todo 170 combatentes, derrotou 218 "Balaios" comandados por Pedro Celestino. No retorno a Sobral, em 1840, envolveu-se na "Sedição de Sobral", comandada pelo Coronel Francisco Xavier Torres, chefe da Força Pública, que não aceitava a autoridade do senador Martiniano de Alencar, presidente da Província. 

Depois da tentativa fracassada de invadir o Sobrado do Senador Paula, que hospedava o governador, os revoltosos fugiram e se entregaram para serem julgados e sentenciados. A realidade política mudou, rapidamente, e os revoltosos foram anistiados.

Por Decreto Imperial de 06/03/1843, Joaquim Ribeiro foi nomeado Tenente-Coronel Comandante da Cavalaria do Batalhão de Sobral e, em 20 de setembro do mesmo ano, promovido a major. Em 1867 foi dispensado por tempo indeterminado do Comando da Guarda Nacional de Sobral e reformado em 11/01/1868, sendo substituído pelo cel. João Tomé da Silva, porém foi reincorporado devido à Guerra do Paraguai. 

Não chegou a participar dos combates, mas seu esforço em arregimentar e organizar os combatentes, foi reconhecido pelo Exército, que lhe deu a patente de MAJOR HONORÁRIO e CONDECORADO com o grau de CAVALEIRO DAS TRES ORDENS IMPERIAIS: DO CRUZEIRO, DE CRISTO E DA ROSA. Era o Chefe do Partido Conservador na Zona Norte. Casou-se com D. Fcª Ermelinda da Silva, filha do Cel. Diogo Gomes (filho do Cel. Inacio Gomes Parente e Fcª de A. Costa). Faleceu em Sobral em 22/01/1878. Seu retrato a óleo, em tamanho natural, e que se encontra no Museu D. José, antes estava na prefeitura e não tem identificação do autor. Está com algumas partes deterioradas necessitando restauração por especialistas.

Por José Carlos Soares

terça-feira, 12 de maio de 2020

Praça do Patrocínio nasceu em terreno de cemitério




No passado havia a prática de chamar de praça um espaço desocupado. Este espaço, no período de 1825 a 1881 funcionou como primeiro cemitério de Sobral. Devido a uma epidemia de cólera, morreram muitas pessoas e foram sepultadas em valas coletivas. Depois foi construído o Cemitério oficial que é o São José.

Com a construção da estrada de ferro de Sobral (Estação da REFFSA), em local então arredado da cidade, despertou a ideia de edificar-se no novo bairro uma capela dedicada a Nossa Senhora do Patrocínio.

A Igreja do Patrocínio, foi construída sobre o terreno do mais antigo cemitério da cidade. A pedra fundamental foi benta a 16/01/1885 pelo Padre Vicente Jorge de Sousa e construída entre 1885 e 1900 por iniciativa da família Gadelha em estilo neoclássico. Entre 1923 e 1924 foi reformada internamente por iniciativa do bispo Dom José Tupinambá da Frota, tendo sido substituído o piso de tijolos por ladrilhos hidráulicos, construção das laterais e do altar-mor, cujo tabernáculo de bronze fora confeccionado em Paris. O projeto de reforma foi fornecido pelo engenheiro João Saboia Barbosa. A paróquia foi criada por Dom José em 23/09/1917.

1935 – 1985 homenagem do ECC da Paróquia do Patrocínio ao seu fundador em Sobral, Monsenhor Sabino Guimarães Loyola no seu cinqüentenário de ordenação sacerdotal. Sobral, 10/02/1985.

Busto do Monsenhor Sabino. Homenagem do povo de Sobral ao seu benfeitor Monsenhor Sabino Guimarães Loyola por ocasião de seu centenário de nascimento *25/08/1909... +07/01/2005. “Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a fé” (2º Timóteo 4,7). Sobral-CE, 25/08/2009. Leônidas Cristino prefeito municipal.


A coluna com a estátua da liberdade no topo. 1ª placa, oval e com os dizeres: “Monumento comemorativo da fundação de Sobral passou a Povoado em 1712, à Vila em 1773 e à Cidade em 1841” inaugurada em 07/09/1927 e a mão de obra foi do versátil Pedro Frutuoso do Vale; 2ª placa, quadrada e diz: Administração do prefeito Ernesto Marinho de Albuquerque, período (1924-1928).

Museu do Eclipse. “O problema concedido pelo meu cérebro, incumbiu-se de resolvê-lo o luminoso céu do Brasil”. (Albert Einstein). Em data de 21/03/1925 no Rio de Janeiro.

Neste local (Praça do Patrocínio), em 19 de maio de 1919, os astrônomos britânicos, Charles Davidson e Andrew Chommelin, com a colaboração dos brasileiros capitaneados por Henrique Morize, fotografaram o Eclipse Solar. Os resultados viriam a comprovar a deflexão da luz nas proximidades do sol, como previsto pela teoria geral da relatividade de Einstein. Sobral/CE, 21/07/2005. “British Council”; “Ministério da Ciência e Tecnologia, Brasil um País de Todos – Governo Federal”; “SBF – Sociedade Brasileira de Física”.

O Museu do Eclipse, inaugurado em 29 de maio de 1999. 80 anos que a expedição científica do observatório Greenwich esteve em Sobral e comprovou a Teoria da Relatividade com a observação do Eclipse Total do Sol. Foi legitimada a nova teoria do universo, do físico e matemático Albert Einstein. O museu do Eclipse inaugurado hoje, é uma justa homenagem ao tão significativo acontecimento. Um antigo sonho, cuja concretização se deve aos esforços conjuntos da prefeitura de Sobral e da Embratur. Cid Ferreira Gomes, prefeito municipal de Sobral; Bismarck Pinheiro Maia, diretor de Economia e Fomentos da Embratur; Luis Fernando V. Coelho, Secretário Municipal de Negócios da Indústria, Comércio eTurismo. Prefeitura Municipal de Sobral. Prefeitura Municipal, Sobral no Rumo Certo.
O Planetário, completa o conjunto do Museu do Eclipse. Foi inaugurado sexta-feira, 29 de maio de 2015, às 19h. Prefeito Veveu Arruda; governador Camilo Sobreira de Santana e Ivo Ferreira Gomes, secretário de estado das Cidades do Ceará; Inácio Arruda, secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará e a Secretaria Municipal da Cultura e do Turismo, Eliane Leite. É o primeiro planetário no interior do Estado do Ceará. “Sobral Terra da Gente”.

A Praça do Patrocínio: construída com recursos exclusivos do município e inaugurada dia 27 de maio de 1978, prefeito Dr. José Euclides Ferreira Gomes Júnior. Placa afixada na parede do pátio da igreja.

A inauguração da revitalização da praça: também a pintura externa da igreja. Igreja e praça ficaram maravilhosas.

Governo do Estado do Ceará. Inauguração da Praça do Patrocínio. Sobral/CE, 29 de maio de 2015. Camilo Sobreira de Santana, governador do estado do Ceará; José Clodoveu de Arruda Coelho Neto, prefeito de Sobral; Ivo Ferreira Gomes, secretário de Estado das Cidades do Ceará. As placas: da primeira e desta inauguração, estão afixadas num pedestal de mármore roso, chapiscado de preto ao lado do Planetário. Frente à igreja.

A Praça do Patrocínio também é chamada de: “Praça Osvaldo Rangel”. Agora durante a reforma foi até chamada de: “Praça do Postecinio” em virtude da quantidade de postes colocados inicialmente.

Por Adalberto Mendes de mesquita
Publicado em 4 de junho de 2015 no Jornal Correio da Semana

domingo, 26 de abril de 2020

Igrejas de Sobral: história, arquitetura e religião



O nascimento de Sobral data ainda do século XVII, quando, na Fazenda da Caiçara, foi construída a Matriz da Caiçara. Ao seu redor começaram a surgir diversas moradias, nas imediações de onde, hoje, fica a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Posteriormente, já no século XVIII, foram construídas na região a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e a Igreja Matriz, que acabaram se tornando polos de povoamento da cidade.
"O desenho urbano de Sobral se definiu a partir das malhas inspiradas pela implantação dessas duas igrejas. A junção dessas duas malhas tem como resultado, inclusive, o Beco do Cotovelo, a formação do núcleo urbano mais antigo da cidade", detalha Romeu Duarte, arquiteto, urbanista, cronista do O POVO, professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) e autor do livro Sítio Histórico de Sobral - Monumento Nacional.
Segundo Duarte, Sobral é uma cidade que deve a sua existência aos ciclos econômicos do gado, do algodão e também, de uma forma muito forte, à religião católica. “Sem a religião, Sobral não teria a importância que tem hoje. As igrejas têm um papel fundamental na história da cidade”, afirma. Nesse cenário, o arquiteto destaca a atuação de dom José Tupinambá da Frota, figura que além de ter sua importância na educação e na política da Cidade, teve forte presença no desenho urbano de Sobral e colocou o catolicismo como um dos pontos centrais da Cidade.
Hoje, o município tem em seu desenho inúmeras igrejas, que não só fizeram parte do desenho urbano do município, como fizeram de Sobral a cidade com maior número de igrejas por metro quadrado no Estado. Carregadas de histórias e significados para os sobralenses, as igrejas já são também pontos de turismo e valem a visita para quem deseja conhecer suas arquiteturas de estilos variados. Saiba um pouco mais sobre algumas delas.
ALEX COSTA
Igreja de São Francisco
01 - Santuário de São Francisco
Onde: praça Deputado Francisco Monte, Viaduto São Francisco, s/n - Centro
Quando: 1945
Arquitetura: a igreja apresenta arquitetura com detalhes que se assemelham aos de construções medievais. As muitas aberturas permitem um alto grau de iluminação e ventilação.
História: por iniciativa do Português Francisco Rodrigues dos Santos, a Capela foi construída em 1870 e concluída em 1898, na antiga Praça da Constituição. Após a demolição da antiga capela, a atual igreja foi construída, em outubro de 1945. Sua inauguração foi realizada no período do Congresso Diocesano das Vocações do Jubileu Sacerdotal de Dom José Tupinambá da Frota, em 1955.
Curiosidade: o alto grau de ornamentação da igreja e seu grande porte fazem com que o edifício se destaque na paisagem urbana de Sobral, com suas altas torres podendo ser vistas de vários pontos da cidade.
ALEX COSTA
Igreja do Menino Deus
02 - Igreja do Menino Deus
Onde:
 rua Jornalista Deolindo Barreto, 159 - Centro
Quando: década de 1810
Arquitetura: seu projeto demonstra grande ligação com o da Igreja Matriz, apresentando fachada com características similares. Embora já tenha passado por mudanças, ainda guarda imagens originais e exibe no forro um baixo relevo em talha policromada, de caráter popular, representando a Sagrada Família em Fuga para o Egito.
História: a Capela do Menino Deus e o convento anexo foram construídos, com ajuda da generosidade das famílias sobralenses, por duas irmãs carmelitas, que chegaram a Sobral em 1810, junto às Freiras de Ordem Terceira das Carmelitas Emerenciana de Sant'Ana e Teresa de Jesus. “Também é uma igreja de muita influência, os sobralenses são muito devotos à figura do Menino Deus”, destaca Romeu Duarte.
Curiosidade: após seu falecimento, as fundadoras foram sepultadas no espaço do tempo.
ALEX COSTA
Igreja do Patrocínio
03 - Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio
Onde:
 praça Oswaldo Rangel, n° 5, Centro
Quando: sua construção data de 1885, foi concluída em 1900, e elevada à condição de matriz em 1916 por Dom José Tupinambá Da Frota
Arquitetura: com linhas neoclássicas, é marcada por uma torre central única e é repleta de aberturas em todas as suas fachadas.
História: com a movimentação popular em torno da recém-inaugurada Estação Ferroviária de Sobral, em 1882, surgiu a ideia de edificar-se, no novo bairro, uma capela em honra de Nossa Senhora do Patrocínio. Construída em 1885, numa elevação de terreno, a capela mor foi benta na presença das famílias sobralenses que muito contribuíram com doações, com destaque para o coronel Francisco Fernando Pereira Mendes.
Curiosidade: muitos consideram a edificação semelhante à primitiva Igreja do Coração de Jesus, em Fortaleza.
ALEX COSTA
Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição
04 - Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
Onde:
 praça da Sé, 110 - Centro
Quando: a pedra fundamental da atual matriz foi lançada em 2 de novembro de 1778
Arquitetura: influência da escola tardo-barroca (ou rococó), com o uso de elementos como: o movimento ondulatório da cornija, os frontões altos, tratados como formas escultóricas independentes e os coroamentos bulbosos das torres, entre outros.
História: construída no período em que Sobral já se eleva a Vila – próxima do local onde ficava a primeira igreja da cidade, a Matriz da Caiçara – a Matriz de Nossa Senhora da Conceição foi uma das igrejas que serviram como polo de povoamento para a futura Sobral.
Curiosidade: considerado um dos mais bonitos do Ceará, seu frontispício é formado por um pórtico comarco de pedraria lavrada em lioz, importada de Portugal, e portas com almofadas destacadas. “Muitos dizem que ela é a igreja mais bela do Ceará”, conta Romeu Duarte.
ALEX COSTA
Igreja Nossa Senhora das Dores
05 - Igreja de Nossa Senhora das Dores
Onde:
 rua das Dores, Centro
Quando: embora não se tenha registro da data de construção, sabe-se que existia em 1818
Arquitetura: neoclássica, em sua maioria. Sua torre única e lateral, por ter sido construída em 1924, não segue o estilo neoclássico de seus elementos de fachada.
História: sua construção deu origem ao terceiro bairro da Vila Distinta e Real de Sobral.
Curiosidade: a construção foi um dos únicos edifícios antigos da área cuja implantação, ainda que parcialmente, aceitou voltar-se para o Rio Acaraú. Sua face norte fica voltada para a Rua das Dores, enquanto a sul se volta para a margem esquerda do Rio Acaraú.
ALEX COSTA
Igreja Nossa Senhora do Rosário
06 - Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Onde:
 rua do Rosário, 220 - Centro
Quando: 1767
Arquitetura: destaque para as tribunas laterais típicas do século XVIII, que foram retiradas em 1926, em uma reforma feita pelo bispo Dom José, que também mudou o piso de tijolos por ladrilhos hidráulicos. Entre 1941e 1942 foi reformado o altar mor conforme projeto do italiano Agostinho Balmes Odisio.
História: igreja mais antiga de Sobral, foi construída em 1767 pela irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, para substituir o nicho de taipa que antes usado como homenagem a Nossa Senhora do Rosário. Em 1914, o então vigário geral Pe. José Tupinambá da Frota fez algumas modificações em sua estrutura, com as ampliações laterais.
Curiosidade: no período da festa de Nossa Senhora do Rosário, era comemorada a coroação dos reis do Congo, nome dado aos festejos. A última vez que festa foi realizada em Sobral foi em janeiro de1889. Após a abolição da escravatura, os negros continuaram a tradição do Reisado Africano por algum tempo. Até hoje, a igreja ainda é conhecida como Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretinhos, por sua relação histórica com os escravos.
O POVO NORTE 12/01/2017 

sábado, 25 de abril de 2020

Padre Doutor José Palhano de Saboia




José Palhano de Saboia nasceu em Crateús (CE) em 1922, filho de Júlio de Saboia e de Maria de Jesus Palhano de Saboia.
Foi seminarista em Sobral e pupilo predileto do bispo Dom José, o qual o adotara como se fora filho. Essa aproximação rendeu ao padre muitas oportunidades, dentre elas a de estudar em Roma.
A criançada de 1958 jamais esqueceu a imagem do padre, fosse nos palanques, quando candidato a prefeito, pilotando motos, dirigindo jipões alemães, fazendo voos rasantes em seu avião. Ele era uma espécie de herói que protegia as crianças contra os males do comunismo.
Sacerdote de grande atuação no norte do Ceará, iniciou sua carreira política ao se eleger prefeito do município de Sobral (CE) em 1958, derrotando o “coronel” Chico Monte e seu poderoso grupo político.
Por assumir posições que muitas vezes contrastavam com o sacerdócio, foi acusado pelos católicos ortodoxos de Sobral de pecar contra sua condição religiosa. Durante o governo João Goulart (1961-1964), obteve a concessão da Rádio Tupinambá de Sobral.
No pleito de outubro de 1962, foi eleito deputado federal pelo Ceará na legenda da União pelo Ceará, que reunia o Partido Social Democrático (PSD) e a União Democrática Nacional (UDN). Assumiu sua cadeira em fevereiro de 1963 e posteriormente transferiu-se para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). 
Após o movimento político-militar de março de 1964, teve seu mandato cassado em 13 de junho seguinte com base no Ato Institucional nº 1, sendo obrigado a abandonar a Câmara.
Em novembro de 1976, foi suspenso de ordens por ter acusado o bispo de Sobral, dom Valfrido Teixeira, de acobertar o furto de imagens do Museu Diocesano Sobralense. Em março do ano seguinte, manifestou ao arcebispo de Fortaleza, cardeal Aluísio Lorscheider, seu desejo de reintegrar-se à Igreja.
O prefeito José Parente Prado o homenageou com fazendo a doação de terrenos para a formação do bairro Padre Palhano, um dos maiores pontos de concentração da Cidade.
Faleceu em Fortaleza no dia 18 de maio de 1982.

FONTES: ARQ. DEP. PESQ. JORNAL DO BRASIL; CÂM. DEP. Anais; CÂM. DEP. Deputados; GIRÃO, R. Ceará; IstoÉ (26/5/ 82); Jornal do Brasil (20/3/77 e 19/5/82); TRIB. SUP. ELEIT. Dados (6).