terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Joguinho Noturno no Patamar


Brincar na Praça da Sé, de tarde ou de noite, era uma delícia. Afinal de contas, ali era o nosso ponto de encontro, o nosso reduto.

Toda noite a meninada se reunia naquele logradouro. Vinha gente de toda parte. Era menino que não acabava mais.

Diariamente inventávamos uma brincadeira diferente. Exceto quando havia alguma festividade na catedral, como, por exemplo, novena, procissão, ou coisa parecida. 
No período da noite o ponto de concentração era as escadarias da Igreja da Sé. Logo depois do jantar, entre seis e meia e sete horas, a meninada começava a chegar. E ao momento em que um número razoável de meninos se formava, começava a brincadeira. Se brincava de tudo, mas a preferencia recaia sobre o futebol no patamar. Ah!, era uma delícia!
Mas, por incrível que pareça, o jogo da noite no patamar da igreja, só dava rolo. Talvez porque a garotada fizesse muita algazarra. A turma falava alto, discutia, dizia bastante palavrão, perturbando o tranqüilidade dos moradores da praça. 

Por algum tempo jogamos futebol no patamar da “Igrê-da-Sé” (era assim que a meninada pronunciava) sem que ninguém nos perturbasse. Era uma tranqüilidade, mas a partir de um determinado tempo a situação começou a complicar, talvez pelo excesso de palavrões e algazarra, os moradores da praça começaram a reclamar junto ao padre Domingos Araujo, o vigário da catedral. 

Depois das tais reclamações ficou proibida a prática do futebol no patamar da catedral. Mesmo assim, nunca deixamos de praticar a nossa “pelada” noturna. E quando estávamos no melhor do jogo, aparecia o Sr. Eduardo, o sacristão da Sé, para acabar com a festa. Ele aparecia sempre de surpresa, quando menos esperávamos. Era um saco! Pois tínhamos que paralisar o bate-bola e ouvir um sermão daqueles. E o interessante era que logo que o Sr. Eduardo Sacristão aparecia a turma [principalmente aqueles que tinham maior habilidade com a bola], tratava de colocar o bondoso Sr. Eduardo na roda. Explicando melhor: a turma se espalhava e ficava passando a bola um para o outro, colocando o Sr. Eduardo na roda, que nem um bobo. Ele nunca conseguiu pegar a bola, mas por um bom tempo atrapalhava a nossa brincadeira.

Corria um boato entre a meninada que a ideia de proibir a prática do futebol [com bola de meia] no patamar da Igreja da Sé partiu do Sr. João Linhares, o pai de João Bosco, um dos meninos que também participavam da “pelada” noturna naquele local. O Sr. Linhares, que era uma pessoa muito carola e fazia parte de tudo quanto era irmandade religiosa da cidade, teria pedido ao padre Domingos que proibisse o nosso jogo no patamar. Por este motivo o Sr. João Linhares passou a ser chamado pela meninada da praça, de Cabo João, apelido este que deixava o João Bosco louco da vida.

Relato de Dias Lopes, integrante do Saudosismo Sobralense

Campo do Cesário

Ilustrativa

Outro local onde a nossa turma [tanto a meninada da Rua Menino Deus quanto a da Rua do Santo Antonio, da Praça da Sé e adjacências] costumava bater uma bolinha todas as tardes, era no Campo do Cesário. 

O Campo do Cesário, para quem não lembra, era localizado em um terreno que ficava no final da Rua do Santo Antonio, ao lado da residência do Sr. Cesário Barreto. Ali, jogávamos bola todos os dias, principalmente depois do fato ocorrido com o Dr. Barroso, o promotor da cidade. 

Do bate bola vespertino no Campo do Cesário, participava mais a meninada da Rua do Santo Antônio: o Zé Marçal (sobrinho do Maestro Acácio Alcântara), os irmãos Solimar, Ademar e Zé Cabecinha (filhos do Sr. Cândido Rios), Ciro (filho do Sr. Agenor Rodrigues), os também irmãos Teteá, Wilson e Antônio Carlos Belchior (filhos do sr. Otávio Belchior, o delegado da cidade), Agamenon Eufrásio (sobrinho do Pe. Gonçalo), o Lazinho Liberato, Marquinhos monte e Silva, Peditim, entre outros. 

Era impressionante a freqüência da meninada ao futebol no Campo do Cesário. Ali, o jogo começava cedo, no início da tarde, e ia até o anoitecer. Enquanto não escurecesse, o jogo continuava firme. E o mais importante de tudo foi que, nunca, em tempo algum, o Sr. Cesário Barreto reclamou do tal jogo. E olha que a meninada fazia uma bagunça infernal e, mesmo assim, ele nunca proibiu a prática da nossa peladinha diária ou até mesmo fez qualquer tipo de advertência à meninada, ameaçando a realização daquele divertimento da meninada. Até hoje, sinceramente, não entendo o porquê do Sr. Cesário nunca ter proibido o tal jogo. 

Outro dia, em conversa com o Wilson Belchior, pelo facebook, relembrando nossa infância em Sobral, comentamos sobre esse joguinho de todas as tardes, quando de nossa infância, no famoso “Campo do Cesário” passamos um tempão lembrado fatos, os amigos. E falamos de algo muito importante e significativo, o fato de o Sr. Cesário ou até mesmo a esposa dele, Dona Tamar, nunca terem reclamado daquele joguinho de todas as tardes.
Relato de Dias Lopes, integrante do Saudosismo Sobralense

Reduto Judaico – relato do Padre João Mendes Lira


Na região do Acaraú, tudo indicava que existia um reduto judaico. Especialmente por causa do porto de Camocim, que nesta época não era alfandegado, e da excelente estrada de ferro, construída por D. Pedro II, que ligava o porto a Sobral. 

Os judeus chegavam na região entrando pelo porto e desenvolviam a atividades comerciais na região. Também, como eles não se misturavam com a comunidade,  eles formavam comunidades separadas. 

Assim, o Padre João Mendes Lira decidiu investigar na região qual seria o local exato de tal reduto. Depois de muito tempo procurando, ele encontrou apenas uma pista. Assim, relata o investigador:

"De volta da missa passo pela residência do Sr. Feliciano Ferreira da Ponte, Sr. De seus 73 anos que adquirira sua atual propriedade por herança deixada por sua mãe Rita Carmem de Aragão Ponte. Conversando, assim, com o dono da Fazenda Sobradinho disse-me que era parente de Manoel Cornélio Ximenes de Aragão – um dos maiores Corretores de Escravos do Ceará – residente em Sobral. Falando-lhe sobre a existência dos judeus em sua propriedade nos tempos passados, nada me respondeu, apenas se retirou para o interior da casa, mas para logo voltar com um carvão na mão. Abaixou-se um pouco e, logo desenhou o “Símbolo de Salomão” no chão – a Estrela de Davi. Imediatamente começou a fazer várias referências sobre os judeus ali residentes afirmando que havia uma grande pedra nas imediações contendo uma inscrição em baixo relevo da Estrela de Davi – do “Símbolo de Salomão”. [Padre João Mendes Lira, “A escravatura e a abolição dos escravos em Sobral”, Pg 80, 1980.]"

Resenha Sobralense



Associações

           

Escola Técnica de Comércio Dom José


Há na cidade diversas associações de interesse coletivo, comerciais, educativos, beneficentes, esportivas e recreativas.
            São mais notáveis:

            A Associação Comercial fundada em 2 de setembro de 1902, tem por fim a defesa dos interesses da classe e reúne em seu grêmio os maiores capitalistas, comerciantes e proprietários de Sobral.

            Funciona em prédio especial à Rua 5 de julho.

            A diretoria de 1940 é a seguinte:
            Presidente – José Modesto Ferreira Gomes, 1º vice-presidente – Adolfo Silva Soares; 2º vice-presidente – José Valter Araújo; 1º secretário – Francisco Dias de Carvalho; 2º secretário – Renato da Silveira Borges; 1º tesoureiro – Francisco Mendonça; 2º tesoureiro – José Rangel; 1º orador – Dr. José Maria Alverne; 2º orador – Antônio Rodrigues Santos.

            Diretores: Eurípedes Ferreira Gomes, Dr. Francisco Juvêncio Andrade, Paulo Aragão, Raimundo Medeiros Frota, Irapuan Mendes, Osvaldo Rangel, Alarico Mont’Alverne, João Nogueira Adeodato, José Alarico da Costa, Valdemar Lira Pessoa, F. Radier Frota e José Anastácio Dias.

            Suplentes: J. Moacir Mendes, Samuel Gomes Ponte, Francisco Neves, Gerardo Rangel, F. Chagas Barreto, J. F. Almeida Monte, Pedro Frota Portela, Agesilau Braga, José Pierre Carneiro, Antônio Mendonça, Francisco Lopes Macedo e Pedro Aguiar Carneiro.

            A Associação dos Empregados no Comércio de Sobral, fundada em 24 de agosto de 1921, por Paulo Aragão, funciona em prédio próprio, na Praça senador Figueira.

            Considerada de Utilidade Pública Estadual por Lei nº 2.674 de 16 de agosto de 1929 e Municipal por Lei nº 13 de dezembro de 1936, mantém:

            Escola Comercial D. José, equiparada e fiscalizada pelo Governo Federal – Instituto Caixeiral de Ensino (gratuito) – Aulas Profissionais Paulo Aragão (gratuitas) – Escola de Instrução Militar, Escola de Cultura Física, Ensino Cívico e Religioso – Serviço Dentário, Biblioteca, Gabinete de Leitura, – a revista “O Trabalho” – Serviço sobre colocações – Museu – Vacina permanente contra varíola e paratifo.

            A Diretoria de 1940 é a seguinte:

            Conselho de Honra: D. José Tupinambá da Frota, Dr. José Sabóia de Albuquerque, Mons. Vicente Martins da Costa, Pe. Domingos Araújo, Manoel Francisco das Chagas e José Modesto Ferreira Gomes.

            Conselho Administrativo: Presidente – Victor de Castro Cavalcante (reeleito); vvice-presidente – Dr. João Ribeiro Ramos; 1º secretário – Mário de Almeida Cialdini; 2º secretário – Luiz Santos de Aquino; 3º secretário – Raimundo Nonato Ponte; oradores – Prof. Pinto Filho e Dr. Gerardo Soares, 1º tesoureiro -      Salustiano R. Pinto (reeleito); 2º tesoureiro – Gerardo Hardi e bibliotecário – Wilson Brandão (reeleição).
            Diretores: Manoel Aragão, Osvaldo Angelim, Hugo Viñas, Mariano Cavalcante, Alverne Albuquerque e Hemetério Soares.

            Suplentes: Dario Soares, José Astelio Ponte, Esequiel Aragão, Gerardo Majeta, Francisco Fernandes e Massilon Guimarães.

            Comissão de Finanças: Luiz Guimarães, Nonato Soares e Carlos Pompeu.

            Comissão de Sindicância: Agesilau Braga, Manoel Gomes da Mota e Gerardo Sousa Carneiro.

            Em 1939 foram diplomados pela Escola de Comércio D. José, 8 peritos contadores e 4 em 1940.

            A sociedade beneficente da Santa Casa, fundada por D. José Tupinambá da Frota em 24 de maio de 1925, mantém um Hospital com 100 leitos para pobres e 18 cômodos para pensionistas.

            Tem a assistência de três médicos: Dr. Guarani Mont’Alverne, Dr. Manoel Marinho de Andrade e Dr. Custódio de Azevedo e as enfermarias sob a direção das Religiosas Filhas de Sant’Ana.

            Recebe subvenção do Estado de 40:000$000 anuais e 6:000$000 do Governo Federal.

            A mesa regedora é a seguinte: Provedor D. José Tupinambá da Frota; procurador, Juliano Leite, secretário, Pedro Mendes Carneiro e tesoureiro, Dr. Juvêncio de Andrade.

            Mordomos: Dr. Manoel Marinho de Andrade, Dr. Antônio Guarani Mont’Alverne, José Modesto F. Gomes, Dr. João Francisco de Almeida Monte, Flávio Viriato de Sabóia, Francisco Randier Frota, Raimundo Osvaldo Rangel Parente, Eurípedes Ferreira Gomes, Antônio Irapuan Mendes, Adolfo Silva Soares, José Alarico Frota, Francisco Furtado de Mendonça.

            Vice-Mordomos Francisco Romano da Ponte, Manoel Paulo Ponte, João Nogueira Adeodato, Francisco Rangel Parente, Estanislau Lúcio C. Frota, Samuel Gomes da Ponte, Mons. Olavo Passos, João Vicente Feijão, Adonias Guimarães, Pedro Frota Portela, Dr. Antônio Custódio de Azevedo e Pe. Antônio Regino Carneiro.

            A Sociedade de São Vicente de Paulo, fundada com a Conferência de Nossa Senhora da Conceição, data de 1º de janeiro de 1885.

            O prédio social próprio foi inaugurado em 17 de dezembro de 1939 e compõe-se de quatro dependências, duas no primeiro pavilhão e duas no segundo.

            No primeiro, um vasto salão para realização de Assembleias e a Capela destinada aos atos religiosos da Sociedade; no segundo, um salão em que funciona desde 1º julho de 1939 o Dispensário para atender aos pobres a cargo das Conferências da cidade e um outro destinado às futuras escolas de artes e ofícios.

            Os membros do Conselho Central são: Presidente, tenente Delfino Batista de Melo; secretário Victor de Castro Cavalcante; Secretário-correspondente, Antônio Rodrigues Costa; tesoureiro, Vicente Gomes da Ponte.

            O Conselho Central conta atualmente com 105 Departamentos , sendo 18 Conselhos Particulares e 87 Conferências.

            A Associação das Senhoras de Caridade, fundada em 4 de maio de 1930, mantém o Dispensário dos Pobres, inaugurado em 7 de agosto do mesmo ano.

            A Diretoria de janeiro de 1939 a maio de 1940 é a seguinte: Diretor, Pe. José Aloísio Pinto; presidente, Arolisa Quixadá Aragão; vice-presidente, Minu Pinto de Andrade; secretário, Maria Laura Ponte Pierre; vice-secretária Naninha Rodrigues de Andrade; tesoureira, Flora Monte de Almeida; Vice tesoureira, Gladis Frota de Andrade, consultoras: Edite Mendes Alverne, Lili Lima Azevedo e Anaid Pessoa de Andrade.
            Socorre o Dispesário a 115 pobres e mais 18 avulsos.
            Conta a Associação com 77 Senhoras contribuintes e recebe a subvenção do Estado de 10:000$000 anuais e 5:000$000 do Governo Federal.

             Entre as associações recreativas e esportivas notam-se; o Grêmio Recreativo Sobralense, o Sobral Atlético Clube, o Clube Artístico, o Guarani Sport Clube, o Carioca Foot ball Club, o Jockey Club Sobralense e dois centros de diversões: o Cineteatro São João e o Teatro Glória.


            Muitas são as associações pias da cidade, sendo mais notáveis: a Irmandade do Santíssimo Sacramento, o Apostolado da Oração do Sagrado Coração de Jesus, a Cruzada Eucarística, a Associação da Eucaristia e a Adoração Continua, que funcionam na Sé Catedral; a confederação das consagrações Marianas que tem prédio especial; a Irmandade dos Terceiros Franciscanos , que funciona na Capela de São Francisco; a Adoração Perpétua na Igreja do Rosário; a de Nossa Senhora do Carmo na Capela do Menino-Deus; a Associação das Mães Cristãs, a Arquiconfraria de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a liga de Santa Terezinha e a Associação das Almas que funcionam na Matriz do Patrocínio, e a Obra das Vocações na Sé, Patrocínio e Colégio Sant     ‘Ana.

Do Livro "Vultos Sobralenses" - Mons. Vicente Martins

Resenha Sobralense


Imprensa

Foto ilustrativa

Desde 1864, Sobral possui a sua imprensa e seus periódicos políticos, literários, noticiosos e humorísticos.

A “Tipografia Constitucional”, trazida de Teresina, Capital do Piauí, via Acaraú, por Manoel da Silva Miragaia, seu proprietário, foi a primeira que houve em Sobral.

Nesse prelo que era de madeira grossa e pesada foi impresso “O Tabyra”, periódico, liberal, o primeiro vindo à luz da cidade, surgindo o seu primeiro número em 14 de agosto de 1864.

Era de publicação anônima e publicava-se aos domingos em formato de uma folha de papel para o ofício.

Existiu até 25 de dezembro, sendo substituído pelo “O Sobral”, impresso na “Tipografia Constitucional” e publicado sob a direção de Manoel Artur da Frota, surgiu em 15 de junho de 1881 e circulou até 1890.

Publicava-se às quintas-feiras, e era impressa em preto de ferro manual.

“A Ordem”, publicado em 28 de setembro de 1887, sob a direção de José Vicente França Cavalcante passou após sua morte para a direção do filho Antenor Cavalcante e circulou até 1903.

Surgiram após os seguintes periódicos: “O Sobral”, hebdomadário, impresso nas oficinas d’”A Gazeta de Sobral”. Redator Manoel de Castro Paiva. Surgiu em 23 de janeiro de 1887.

“O Estudante”. Publicado em 13 de maio de 1896. Impresso na Tipografia d’”A Ordem” e dirigido pelos estudantes do Colégio do Prof. Vicente Arruda.

“O Echo de Sobral”. Periódico literário crítico e noticioso publicado quinzenalmente sob a direção de Luiz Félix da Silva, em 1898.

“A Cidade”. Jornal Político, publicado a 8 de fevereiro de 1899, pelo Dr. Álvaro Otoni. Tendo este sido nomeado promotor público de Fortaleza, assumiu a direção o poema Carlos Rocha. A 27 de julho de 1901, passou a ser diário, voltando mais tarde a sair nas quartas e sábados. O Dr. Álvaro Otoni faleceu em Sobral a 23 de dezembro de 1907.

“O Novo Século”, “O Diabo” e “Canivete”, humorístico e noticioso, publicado em 1901.

“Itacolomy”. Publicado em 25 de março de 1902, sob a direção política do Coronel José Inácio Alves Parente e redação do Dr. Valdemiro Cavalcante e outros. Transformou-se no “Correio de Sobral”.

“A Penna”. Crítico e humorístico, publicado aos domingos, sob a direção de Joaquim Gondim Lins e Francisco Furtado. O primeiro número é de 28 de março de 1902.

“O Engraxador”, “O Charuto” e “O Espião”. Críticos e humorísticos, publicados em 1902.

“A Penna”, publicação em 1º de janeiro de 1904, sob a direção de Paixão Filho.

“A Quinzena” publicado em 9 de abril de 1905. Redator Vicente Loiola.

“Lauro Sodré”. Redator Paixão Filho, secretário Luiz Sabóia. Circulou em 1905.

“Rebate”. Publicado em 21 de abril de 1907, sob a direção do Dr. Alexis Barbosa Amorim e Vicente Loiola.

“A Tribuna”, apareceu em 19 de setembro de 1907, sob a direção do Dr. Clodoveu de Arruda. 

“A Evolução”, publicado em 10 de outubro de 1908. Diretor Vicente Rodrigues dos Santos. Quinzenal. Fundiu-se com o “Lauro Sodré”, para produzir “Imparcial”, cujo número é de 3 de abril de 1909.

“O Imparcial”. Resultado da fusão do “Lauro Sodré” e “A Evolução”. Redatores Paixão Filho e Rodrigues Santos. Apareceu em 3 de abril de 1909.

“O Carimbo”, jornalzinho do belo sexo, publicado em 9 de janeiro de 1910, sob a direção de Stênio da Luz, pseudônimo de um dos colaboradores d’”O Imparcial”.

“Pátria”, publicado em 19 de janeiro de 1910. Redator Carlos Rocha. Substituiu a “A Tribuna”.

“O Cabresto”, “A Chaleira” e “A Frecha”, jornais críticos, humorísticos de 1919.

“O Congresso”. Órgão do Congresso Sobralense. Apareceu em 15 de novembro de 1910. Diretor Washington Soares”.

“A Lucta”. Hebdomadário publicado sob a direção de Deolindo Barreto Lima em 1º de maio de 1914. Epígrafe: “Conte-se o caso como o caso foi. O cão é cão e o boi é boi. diga-se a verdade na terra embora desabem os céus”.
Deolindo Barreto faleceu em Sobral a 18 de junho de 1924.

“A Palavra”, semanário publicado em 10 de maio de 1901. Diretor Benedito Moreira, Secretário Joaquim Lins, Gerente H. Nogueira.

“Norfista”. Publicado em 15 de abril de 1912. Impresso na Tipografia Deolindo. Redator Craveiro Filho e Newton Craveiro. Lema: Acharei um caminho ou abri-lo-ei.

“Atlante”, “O Binóculo”, “Mignon”, críticos humorísticos de 1914.

“A Escola”. Publicado em 26 de outubro de 1906. Redatora Antonieta Craveiro, Secretário Francion Albuquerque. Era impresso na Tipografia Nortista.

“A Federação”. Órgão político e independente, publicado em 4 de janeiro de 1920. Jornal de combate à administração João Tomé e de apoio à candidatura Belisário Távora. Redator Adalberto Brígido Maia.

“A Imprensa”. Órgão político do Partido Republicano Democrata, seminário, sob a direção de José Passos Filho. Circulou em 1935.

“Quinze de Agosto”. Jornal do Colégio de N. S. d’Assunção, de D. Mocinha Rodrigues. Circulou durante 12 anos.

“A Verdade”, quinzenário, impresso em oficina própria. Direção e propriedade de Francisco Alves de Oliveira. 1934-1936.

“O Ginásio”, periódico do Externato do Prof. Pinto Filho. Circulou em 1939.

“Forquilha” – jornal humorístico, literário, esportivo e noticioso, dirigido pelos moços que empregam atividades nos serviços da Inspetoria, no povoado de Forquilha. Circulou em 1939.

Atualmente Sobral possui três empresas tipográficas bem montadas: “Correio da Semana”, “A Ordem” e “Comercial Gráfica” e as seguintes publicações:

“A Ordem”. Semanário de propriedade de seu diretor Craveiro Filho; Gerente L. Craveiro, está no vigésimo quarto ano de publicação. É o periódico mais antigo do norte do Estado. O seu primeiro número data de 7 de setembro de 1916.

“Correio da Semana”. Órgão dos interesses religiosos da Diocese de Sobral.

Foi fundado por D. José Tupinambá da Frota em 1918, sob a direção do Pe. José de Lima Ferreira e redação do Pe. Francisco Leopoldo Fernandes Pinheiro, que mais tarde foi também diretor. Está no vigésimo terceiro ano de publicação.

Foi por muitos anos diretor o professor Manoel Francisco das Chagas, que substituiu o Pe. Leopoldo Fernandes.

Atualmente é seu diretor o professor Luiz Jacome Filho, Inspetor Regional do Ensino.

“O Reino de Cristo”. Órgão mensal das Congregações Marianas da Diocese de Sobral. Diretor Estanislau Frota Netoe e gerente João Thomaz Albuquerque. Apareceu em 8 de dezembro de 1933.

“O Ginásio”. Órgão oficial dos alunos do Ginásio Sobralense, sob a direção dos quintanistas deste estabelecimento. Surgiu em 1934. Está no sexto ano de publicação.

“O Trabalho” – Revista de publicação mensal – Órgão oficial da Associação dos Empregados no Comércio de Sobral, dirigido pelos alunos da Escola Superior de Comércio D. José. O seu primeiro número é de 1928. Está no duodécimo ano de publicação.

“Revoada”. Órgão literário do Colégio Sant’Ana. O seu primeiro número é de 29 de junho de 1937.

“Betânia”. Órgão do Seminário Menor de Sobral. Tem por lema “Omnia per Christum, cum Christo et in Cristo”, e está no oitavo ano de publicação.

“O Sacerdote” – Folha mensal da Obra das Vocações Sacerdotais – Diretor Pe. Sabino Loiola. O primeiro número data de 28 de agosto de 1939.

Do Livro "Vultos Sobralenses" - Mons. Vicente Martins

Resenha Sobralense


Instrução e Cultura


A cidade de Sobral é uma das mais cultas do Estado.

Adiantadíssimo é o seu ensino, quer o secundário administrado no Ginásio Sobralense, no Colégio Sant’Ana, o Comercial na Escola de Comércio D. José quer o religioso administrado no Seminário, quer o primário no Grupo Escolar Professor Arruda.

Os seus filhos são de um pendor admirável para as letras e muitos são os vultos notáveis que nesse período de um século se destacaram nas ciências, nas letras e nas armas como glórias verdadeiramente nacionais.

O ensino tanto primário como secundário tem as suas raízes na antiga Caiçara.

O Pe. Antônio da Silva Fialho, durante 40 anos e depois o Professor Vicente Ferreira de Arruda, em um período de 53 anos, antigos professores de latinidade, são os grandes pioneiros, educadores beneméritos da formação intelectual de muitas gerações na juventude estudiosa de Sobral.

Através de uma centena de anos, Sobral tem tido centenas de homens do mais elevado merecimento na cultura das letras e ciências. 

Nomes como o do Dr. João Tomé de Sabóia e Silva, Catedrático da Faculdade de Direito do Recife; Dr. Vicente Cândido Figueiredo de Sabóia, Visconde de Sabóia, notável médico, Diretor da Faculdade de Medicina do Rio; Dr. José Júlio de Albuquerque Barros, Barão de Sobral; D. Jerônimo Tomé da Silva, Arcebispo Primaz do Brasil; Desembargador Antônio Sabino do Monte; Dr. Antônio Domingos da Silva, médico pela Faculdade do Montpellier; Conselheiro João Capistrano Bandeira de Melo; Dr. João Viriato de Medeiros; Desembargador Esmerino Gomes Parente, Conselheiro; Desembargador Francisco Domingues da Silva e muitos outros que alisaram ai os bancos escolares são incontestáveis glórias do País.

Atualmente o ensino primário se faz no Grupo Escolar Professor Arruda, fundado em 1916 e ocupa amplo edifício construído em 1937; no Externato de Nossa Senhora da Assunção, dirigido pela sua fundadora, D. Maria Jsesuína de Albuquerque Rodrigues, fundado em 1908; no Instituto D. Bosco, sob a direção do Professor Melchiades Ribeiro; no Externato de Luiz Felipe, do Professor Luiz Felipe, fundado em 1897 e em muitas escolas públicos e particulares.

O município registra mais de sessenta casas de ensino.

O ensino secundário é ministrado no Ginásio Sobralense, fundado por D. José Tupinambá da Frota em 1934, devidamente oficializado, funciona em magnífico prédio construído em 1929 inaugurado em 1934, é dirigido pelo Pe. José Aloísio Pinto, auxiliado pelo Pe. Gonçalo Eufrásio.

Os primeiros humanistas diplomados em Ciências e Letras pelo Ginásio, em 1º de dezembro de 1939, foram 24, a saber. José Luiz Albuquerque, Rolando Morél Pinto, Expedito Gerardo Vasconcelos, José Miramar da Ponte, Antônio Luciano Ponte, Helvécio Monte Coelho, José Gerardo Frota Parente, Francisco Eurides Andrade, Manoel Jeremias Costa, Salustiano Pinto Pessoa Neto, José de França Monte, Gerardo Rodrigues de Sousa, Francisco Figueiredo de Paula Pessoa, João Frederico Ferreira Gomes, Gerardo Majela Soares Frota, Manoel Filizardo Monte Alverne, José Aguiar Frota, Stênio Azevedo, Hugo Mendes Parente, José Dário Soares Frota, Moacir de Lima Feijão, Eduardo Ferreira da Ponte, Fernando Potiguara Frota e José Fernandes Nogueira.

Foram diplomados em Ciências e Letras em 1º de dezembro de 1940, 16 humanistas, a saber: Wilson Pacífico Carneiro, Manoel Coelho de Sousa, Eduardo Pierre Solón, José Alfredo Rodrigues Parente, Francisco Hugo Aguiar, João Ramos Ximenes, Jesuíno Luiz Aragão, José Wilson Ferreira Gomes, João Calixto Alves, João Aguiar Melo, Sebastião Cursino de Melo, Raimundo Wilson Carneiro, Júlio Rufino Aragão, Fernando Santos, Francisco Aguiar Frota e José Pessoa Magalhães.

O Colégio Sant’Ana Fundado por D. José Tupinambá da Frota em 2 de fevereiro de 1934, devidamente oficializado, funciona no Prédio que foi o Palácio Episcopal, à rua Senador Paula e é dirigido pelas Religiosas Filhas de Sant’Ana.

As primeiras professoras diplomadas pelo Colégio em 1939, foram: Jandira Moreira Carvalho, Safira Cialdini Frota, Violeta Rodrigues, Eliete Daltron Barreto, Ana Etienete Aragão, Mariete de Nazareth Aragão, Maria Yeda Félix Frota, Francisca Eufrásia, Maria Salomé Eufrásia, Maria Ilda Benvinda Cisne, Maria Leocinda Mendes Carneiro, Maria Carolina Mendes Carneiro, Joaquina Sabóia de Albuquerque, Maria Helena Mont’Alverne, Antonina Rodrigues Pinto, Carminda Sabóia e Anete Gomes Parente.

Foram diplomadas em 30 de novembro de 1940: Maria de Mesquita Parente, Maria de Jesus Ferreira Gomes, Raimunda Dalva Vasconcelos, Rosa Aguiar da Frota, Ivone Frota, Valderi Mont’Alverne, Mirian Mont’Alverne, Izabel Gomes Araújo, Cleomar Lima, Ilsa Lima, Maria de Jesus Mesquita, Joaquina Randal, Maria Mendes Lira, Maria Diva Fernandes, Porcina Ferreira Gomes e Jacinta Barreto Araújo.

A Escola de Comércio D. José, mantida pela Associação dos Empregados no Comércio de Sobral, fundada em 24 de agosto de 1921, devidamente oficializada, é dirigida pelo seu fundador Paulo Aragão.

A primeira turma da Peritos Contadores diplomados por esta Escola em 1939, foi a seguinte:

Manoel Guimarães Aragão, Salustiano Rodrigues Pinto, Manoel Osvaldo Angelim, Carlos Hardi Moreira, Luiz Guimarães, Raimundo Nonato Ponte, Antônio Valter Andrade e José Farias.

Foram diplomados em 1940: Vitor de Castro Cavalcante, José Firmino Cavalcante Lopes, José de França Monte e Gerardo Rodrigues de Sousa.

O Seminário Menor de São José, cujo prédio é operosidade de D. José Tupinambá da Frota, foi construído no bairro da Betânia e mantém um curso de preparatórios sob a direção do Reitor Pe. José Osmar Carneiro, fazendo parte do corpo docente o Pe. Alexandrino Monteiro, da companhia de Jesus, Pe. José Gerardo Ferreira Gomes, Pe. Joaquim Arnóbio Andrade e Pe. Francisco Apoliano.

Fizeram os estudos neste Seminário os Sacerdotes: Antônio Regino Carneiro, Francisco Apoliano, Francisco Eudes Fernandes, Francisco Expedito Lopes, Calixto Araújo Leitão, Elício Nogueira Mota, Gonçalo Eufrásio, Inácio Américo Bezerra, João Batista Pereira, João Teófilo Soares Leitão, Joaquim Arnóbio de Andrade, José Aristides Cardoso, José Maria Moreira Bonfim, José Osmar Carneiro e Sabino Lima, quase todos ordenados por D. José Tupinambá da Frota.

do Livro Vultos Sobralenses - Mons. Vicente Martins

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Intendentes e Prefeitos de Sobral



Eis a lista dos intendentes, prefeitos e interventores, que têm administrado o Município de Sobral, a parir do Governo Provisório do Tte. Coronel Luiz Antônio Ferraz após a Proclamação da República.

1º - Dr. Vicente César Ferreira Gomes, intendente nomeado pelo Governador Provisório, Tte. Coronel Luiz Antônio Ferraz a 22 de janeiro de 1890 e empossado a 1º de fevereiro desse ano.

2º - José Ferreira Gomes, que foi intendente durante o Governo do Presidente do Estado, General José Clarindo de Queiroz, 1891 – 1892.

3º - Rosendo Augusto Siqueira, intendente durante 10 anos: no governo do General José Freire Bizerril Fontenele, 1892 – 1894; no governo do Dr. Antônio Pinto Nogueira Acioli; 1896 – 1900 e no do Dr. Pedro Augusto Borges, 1900 – 1902.

4º - Alfredo Marinho de Andrade, no governo do Dr. Pedro Augusto Borges, 1902 – 1904.

5º - José Inácio Alves Parente, intendente, durante o quatriênio do governo do Dr. Antônio Pinto Nogueira Acioli, 1904 – 1906.

6º - Frederico Gomes Parente, intendente no terceiro quatriênio do governo do Dr. Antônio Pinto Nogueira Acioli, 1908 – 1912 e do Cel. Tibúrcio Gonçalves de Paula – 1912.

7º - José Cândido Gomes Parente, no governo do General Marcos Franco Rabelo, 1912 – 1914.

8º - Francisco Porfírio da Ponte, no governo do General Marcos Franco Rabelo – 1914.

9º - Frederico Gomes Parente, no governo do Interventor Federal General Fernando Setembrino de Carvalho – 1914 e no quatriênio do Presidente General Berjamin Liberato Barroso, 1914 -1916.

10º - Dr. José Jacome de Oliveira, prefeito, durante o quatriênio do governo do Dr. João Tomé de Saboia e Silva, 1916 – 1920.

11º - Henrique Rodrigues de Albuquerque, no governo do Dr. Justiniano de Serpa, 1920 – 1923.

12º - Antônio Mendes Carneiro, prefeito no governo do 1º vice-presidente em exercício Ildefonso Albano – 1923.

13º - Ernesto Marinho de Albuquerque, no quadriênio do governo do Desembargador José Moreira da Rocha, 1924 – 1928.

14º Mons. Fortuno Alves Linhares, que sendo presidente da Câmara assumiu as funções de Prefeito de maio a setembro de 1928, ainda no governo do Desembargador José Moreira da Rocha.

15º - Dr. José Jacome de Oliveira, no triênio do governo do Dr. José Carlos Matos Peixoto, 1928-1930.

16º - Artur da Silveira Borges, no governo do Dr. Manoel Fernandes do Nascimento Távora, tendo tomado posse a 23 de outubro de 1930.

17º - Tenente Floriano Machado, no governo do Interventor Federal Major Roberto Carneiro de Mendonça e tomou posse a 30 de janeiro de 1932.

18º - Dr. Paulo de Almeida Sanford, ainda no governo do Major Roberto Carneiro de Mendonça, tomou posse a 26 de agosto de 1932.

19º - Alfeu Ribeiro Aboim, no governo do Coronel Felipe Moreira Lima,tornou posse a 13 de novembro de 1933.

20º - Dr. Leocádio de Araújo Costa, ainda no governo do Coronel Felipe Moreira Lima, tomou posse a 18 de maio de 1934.

21º - Ataliba Daltro Barreto, ainda no governo do Coronel Felipe Moreira Lima, tomou posse a 12 de fevereiro de 1935.

22º - Vicente Antenor Ferreira Gomes, no governo do Dr. Francisco Menezes Pimentel, tomou posse a 3 de julho de 1935.

Organização Administrativa de Sobral



A organização administrativa o município data de 1775, ano que a antiga povoação de caiçara, foi elevada à vila com a denominação de Vila Distinta e Real de Sobral.

Em um período de quase meio século, isto é, de 1775 a 1833 não há documento sobre a gestão municipal. 

Aos partidos que nas lutas políticas se gladiavam e granjeavam o poder e tudo destruíram na passada administração, deve-se o desaparecimento desse arquivo.

O mecanismo administrativo compunha-se de um Conselho da Câmara, formado por quatro vereadores, um presidente eleito entre os vereadores, que era o Juiz ordinário, um procurador e um escrivão.

O Conselho da Comarca de 1823, assim compunha-se: Juiz Ordinário, Presidente Narciso Marques do Rêgo Barros; Vereadores: Antônio Lopes Freire, Salvador Rodrigues Magalhães e Vicente Carlos Sabóia; Procurador do Conselho: Alexandre Bernardinho Rodrigues; Escrivão da Câmara: Antônio Furtado do Espírito Santo.

Em 1841, ano de elevação da Vila Distinta e Real de Sobral à categoria de cidade, com a denominação de Januária, que depois foi substituída pela de Sobral, o Conselho da Câmara eleito e empossado em 7 de janeiro, compunha-se de 7 vereadores, um presidente, um secretário e um procurador, a saber: José Sabóia, Presidente; Vereadores: José Alves Ribeiro da Silva, João Francisco de Paula, Gonçalo de Andrade Pessoa, José Balduíno Albuquerque, Antônio Januário Linhares e Rufino Furtado de Mendonça; Secretário: Bernardinho Gomes Ferreira Pessoa; Procurador: Cesário Ferreira da Costa.
Anulada pelo Juiz de Direito da Comarca, Dr. João Fernandes de Barros, a eleição do Conselho da Câmara, empossado em 7 de janeiro, de acordo com últimas instruções das eleições, procedeu-se a nova eleição em 26 de março de 1841 e empossado em 3 de abril o seguinte Conselho composto de nove vereadores, a saber: Presidente: Capitão José Rodrigues Lima; Vereadores: Capitão João Francisco de Paula, Custódio José Correia da Silva, Tenente-Coronel Rufino Furtado de Mendonça, Capitão Gonçalo de Andrade Pessoa, Capitão José Alves Ribeiro da Silva, Capitão Luiz Alves Ferreira de Albuquerque, Capitão Antônio Furtado de Albuquerque e Capitão José Balduíno de Albuquerque; Secretário: Bernardino Gomes Franco Pessoa, Procurador: Cesário Ferreira Ferreira da Costa.

A câmara elegia o seu presidente, que tnha as atribuições de governador do município e os juízes de Paz para os temos ou distritos policiais do município.
As ideias abolicionistas que finalizaram com a Lei Áurea de 13 de maio de 1888, como as ideias republicanas que conseguiram a proclamação de 15 de novembro de 1889, tiveram ruidosa repercussão no município.

No regime imperial as câmaras eram eleitas em pugnas partidáriasdo sufrágio popular e sucediam-se com as organizações e ascensões dos ministérios e no regime republicano ordinariamente eram organizadas com ascensões do partido que elegia o Presidente do Estado e ficava de posse das posições com plenos poderes na política.

No governo do Dr. Antônio Pinto Nogueira Acioli, o governador do município que era o presidente da Câmara eleito pela mesma Câmara passou a ser eleito pelo sufrágio dos munícipes com a denominação de Intendente, passando mais tarde por Lei Estadual a ser nomeado pelo Presidente do Estado, e após, ainda por Lei Estadual a ser novamente eleito pelo sufrágio secreto dos munícipes com a denominação de Prefeito.

Doze representantes de vontade popular denominados vereadores, constituíam a Câmara, para discutir as disposições legislativas e julgar dos atos do Prefeito, primeira autoridade do município.

Antes da revolução de outubro de 1930 a Prefeitura e Câmara mantinham um quadro de 42 funcionários. Com o advento revolucionário ficaram automaticamente vagos os cargos e extinto grande número deles, surgindo, então o de Prefeito-Interventor, por nomeação do Interventor Federal do Estado, que criou mais tarde o departamento dos negócios municipais para julgamento das atribuições dos gestores de todos os municípios.

A Interventoria ou Prefeitura de Sobral coube a seguinte administração: Prefeito, Secretário, Tesoureiro, Porteiro, Arquivista e Contínuo, dependendo outros cargos como de fiscais e guardas de nomeação do Prefeito.

É a seguinte a administração vigente: Prefeito, Vicento Antenor Ferreira Gomes; Secretária, D. Francisca de Assis Ferreira de Melo; Tesoureiro, Murilo Alves Parente; Amanuense, D. Joselina Marinho de Andrade; Agente de Estatística, Luiz Patriolino de Albuquerque; Escriturário-Datilógrafo, Raimundo Wilson Vieira; Procurador Fiscal, Raimundo Evangelista Vieira da Silva; Fiscal Geral, José de Xerês; Fiscal da Cidade, Jocelyn Mendes Carneiro; Fiscal de Obras, José Fausto Araújo; Fiscal do Matadouro, Antônio Marques Pereira e Contínuo, João Augusto Menezes.

Eis os diferentes conselhos da Câmara Municipal de Sobbral a partir de 1823, um ano após a proclamação da independência do Brasil, conforme encontra-se no arquivo da Prefeitura de Sobral.

Conselhos da Câmara

Ano de 1823

Juiz ordinário, Presidente do Conselho: Narciso Mrques do Rego Barros.
Vereadores: Antônio Lopes Freire, Salvador Rodrigues Magalhães e Vicente Carlos Sabóia.
Procurador do Conselho: Alexandre Bernardinho Rodrigues.
Escrivão da Câmara: Antônio Furtado do Espírito Santo.

Ano de 1824

Juiz Ordinário, Presidente do Conselho: José de Xerez Pereira Uchõa.
Vereadores: Coronel José Inácio Gomes Parente, Sargento-Mor Francisco de Paula pessoa e Cap. Vicente Carlos Sabóia.
Procurador: Antônio José de Carvalho.
Escrivão: Antônio Furtado do Espírito Santo.

Ano de 1825

Juiz Ordinário, Presidente: Diogo José de Sousa.
Vereadores: Gabriel José Cavalcante, Antônio Ferreira Gomes e João Lourenço da Costa.
Procurador: José de Xerez Ferreira Uchoa.
Escrivão: Antônio Furtado do Espírito Santo.

Ano de 1826

Juiz Ordinário, Presidente: Cap. Joaquim José Alves Linhares.
Vereadores: Alexandre Ferreira da Rocha, Francisco Antônio de Farias e Jerônimo José Ferreira de Melo.
Procurador: Vicente Ferreira da Ponte
Escrivão: Antônio Furtado do Espírito Santo.

Ano de 1827

Juiz Ordinário, Presidente: Cap. Antônio Carneiro da Costa.
Vereadores: Francisco Dias Barbosa, Antônio Januário Linhares e João Pedro da Cunha Bandeira de Melo.
Procurador: Joaquim Lopes dos Santos.
Escrivão: Antônio Furtado do Espírito Santo.

Ano de 1828

Juiz Ordinário, Presidente: Antônio Viriato de Medeiros
Vereadores: Joaquim Ribeiro da Silva, Custódio José Correia da Silva e Manoel José Monte.
Procurador: Domingos José Pinto Braga.
Escrivão: Antônio Furtado do Espírito Santo.

Ano de 1829 a 1832

Juiz de Paz: Capitão-Mor João Pedro da Cunha Bandeira de Melo.
Presidente: Francisco Ferreira Gomes.
Vereadores: João Baltazar Algerio de Saboia, Estevão Ferreira da Costa, Padre Miguel Francisco Mendes de Vasconcelos, Capitão-Mor Francisco de Paula Pessoa, Felipe Ribeiro da Silva e Rufino Furtado de Mendonça.
Procurador: Francisco Torres Vasconcelos.
Escrivão: Ricardo de Sousa Neves.

Ano de 1833 a 1836

Juiz da Paz: Antônio Viriato de Medeiros.
Presidente: Francisco Gomes Parente.
Vereadores: Joaquim de Andrade Pessoa, Gabriel José Cavalcante, Joaquim Ribeiro de Sousa, Joaquim José Alves Linhares, Luiz Henrique de Oliveira Magalhães e Manoel Pinto Brandão.
Procurador: Ângelo José Ribeiro.
Escrivão: Ricardo de Sousa Neves.

Ano de 1837 a 1840

Juiz da Paz: Antônio Januário Linhares
Presidente: Major João Pedro da Cunha Bandeira de Melo.
Vereadores: José Alves Ribeiro da Silva, Padre Antônio da Silva Fialho, Luiz Antônio Ferreira de Albuquerque, José Domingues Coelho, José Bezerra de Menezes e José Pedro Soares.
Procurador: Joaquim Manoel Ribeiro.
Escrivão: Bernadinho Gomes Franco Pessoa.

Ano de 1841 a 1842

Presidente: José Saboia.
Vereadores: José Alves Ribeiro da Silva, João Francisco de Paula, Gonçalo de Andrade Pessoa, José Balduíno de Albuquerque, Rufino Furtado de Mendonça e Antônio Januário Linhares.
Procurador: Cesário Ferreira da Costa.
Secretário: Bernadinho Franco Pessoa.

Ano de 1843 a 1844

Presidente: Dr. Francisco Alves Ponte.
Vereadores: Major José Camilo Linhares, Cap. Antônio Ferreira de Almeida Magalhães, José Bernardino de Oliveira Gondim, Bermardino Gomes Franco Pessoa, Cap. Antônio Geny Coelho, Mariano Antônio de Lima, Tte Ivo Francisco Linhares e Cel. Domingos José Pinto Braga.
Procurador: Mariano Machado Freire.
Secretário: Rufino Pontes Aguiar.

Ano de 1845 a 1848

Presidente: Dr. Francisco Alves Ponte
Vereadores: Tte. Coronel Joaquim Ribeiro da Silva.
Vereadores: Padre Justino Domingues da Silva, Major José Camilo Linhares, Joaquim Lourenço de França e Silva, Cel. José Domingues Pinto Braga, Tte. Coronel José Bernadinho de Oliveira Gondim, Cap. Antônio Geny Coelho e Antônio Ferreira de Almeida.
Procurador: Mariano Machado Freire.
Secretário: Rufino Ponte Aguiar.

Ano de 1849 a 1852

Presidente: Cel. Francisco de Paula Pessoa.
Vereadores: Tte. Coronel João Tomaz da Silva, Major Ângelo José Ribeiro Dutra, Bento José de Moura, Custódio José Correia da Silva, José Peregrino Viriato de Medeiros e Galdino Bezerra de Menezes.
Juízes de Paz: José Ribeiro da Silva, Antônio José de Lima e Sancho Ferreira Gomes.
Procurador: Mariano Machado Freire.
Secretário: Rufino Pontes Aguiar.

Ano de 1857 a 1860

Presidente: Cel. Comandante Superior Joaquim Ribeiro da Silva.
Vereadores: Galdino Alves Cavalcante, Tte. Coronel Joaquim Lourenço de França e Silva, Cap. Miguel Ferreira de Almeida, Pe. Dr. Justino Domingos da Silva, Pe. Antônio de Sousa Neves, Frederico Rodrigues Pimentel e Cel. Domingos José Pinto Braga. 
Procurador: Mariano Machado Freire.
Secretário: Rufino Pontes Aguiar.
Ano de 1861 a 1864

Presidente: Major Frederico Rodrigues Pimentel.
Vereadores: Cap. Domingos Gomes da Frota, João de Sousa Neves, Tenente Juvêncio Deocleciano do Nascimento, Tenente Antônio Francisco de Paula Quixadá, Major Antônio Ferreira de Almeida, Galdino Alves Cavalcante, Tte Coronel José Camilo Linhares e Cap. Vicente Ferreira de Arruda.
Procurador: Mariano Machado Freire.
Secretário: Rufino Pontes Aguiar.
Juízes de Paz: Cap. Trajano José Cavalcante e Cap. Francisco Marçal de Oliveira Gondim.

Ano de 1869 a 1872

Presidente: Cel. Joaquim Ribeiro da Silva.
Vereadores: José Camilo Linhares, Tito Francisco Aleluia da Silva, Onofre Muniz Ribeiro, Antônio Ferreira da Rocha, Antônio Rangel do Nascimento, Antônio Raimundo Cavalcante, Dr. Antônio Firmo Figueira de Saboia e Vicente Ferreira de Arruda.
Procurador: Antônio Lopes de Alcântara.
Secretário: Vicente Alves Linhares, 1869 e Vicente Ferreira de Arruda, 1871.

Ano de 1873 a 1876

Presidente: Trajano José Cavalcante
Vereadores: João José da Veiga Braga, Juvêncio Deocleciano do Nascimento, Tito Francisco Aleluia da Silva, Hermeto Gomes Parente, Emílio César de Morais, José Domingos da Silva e Miguel Ferreira de Almeida Guimarães.
Procurador: Antônio Lopes de Alcântara, 1873 e José Bonifácio de Oliveira Gondim, 1874.
Secretário: Vicente Ferreira de Arruda.
Juízes da Paz: Diogo Gomes Parente, Antônio Rufino Furtado de Mendonça, Frederico Rodrigues Pimentel e Jacinto Pereira de Oliveira Gondim.

Ano de 1881 a 1882

Presidente: Comendador João Tomé da Silva.
Vereadores: Francisco Antônio de Xerez, Francisco de Almeida Monte, Joaquim da Frota Vasconcelos, Antônio Alves de Carvalho, Manoel Artur da Frota, Manoel de Andrade Pessoa e Alexandre Mendes de Vasconcelos.
Procurador: José Bonifácio de Oliveira Gondim.
Secretário: Manoel Osterne Cavalcante.

Ano de 1883 a 1886

Presidente: Dr. Vicente César Ferreira Gomes.
Vereadores: Pe. João Evangelista da Frota, Francisco Fernandes Pereira Mendes, João Frederico Ferreira Pimentel, José João Mendes da Rocha, José Figueira Saboia e Silva e Francisco Albuquerque Rodrigues.
Procurador: Hermeto Gomes Parente.
Secretário: José Vicente Franca Cavalcante.
Juízes de Paz: Tte. Coronel Diogo Gomes Parente, José da Pascoa Loreto, Domingos Gomes da Frota e Vicente Pedro de Alcântara.

Ano de 1887 a 1889

Presidente: Domingos José Saboia e Silva.
Vereadores: José Joaquim Ribeiro da Silva, Miguel Arcanjo de Maria Vasconcelos, José da Páscoa Loreto, Antônio Raimundo Ferreira Gomes, José Inácio Alves Parente e Alexandre Mendes de Vasconcelos.
Procurador: Hermeto Gomes Parente.
Secretário: José Vicente Franca Cavalcante.
Juízes de Paz: Major Frederico Prudêncio Rodrigues Pimentel e Ildefonso de Holanda Cavalcante.

Ano de 1890

Intendente: Dr. Vicente Cesário Ferreira Gomes.
Membros do Conselho da Intendência: Domingos Deocleciano de Albuquerque, Vicente Ferreira de Arruda, Francisco de Almeida Monte e Cesário Pereira Ibiapina.
Procurador: Cesário Gomes.
Secretário: Francisco Cícero Coelho de Arruda.