domingo, 1 de maio de 2011

A Cidade dividida em duas Freguesias


Em 1758 por ordem do bispo de Pernambuco D. Francisco Xavier Aranha, foi dividida a freguesia, que compreendia desde o rio Mundaú até a serra da Ibiapaba, em quatro curatos: o de Amontada, o de Curiú, da Serra dos Cocos e a de Caiçara, ficando aqui de cura no mesmo ano o Pe. Manoel da Fonseca Jaime, natural de Olinda, até 1762, quando aqui esteve de visita o Pe. Veríssimo Rodrigues Rangel, que ordenou se acolherem os livros das capelas ao cartório da vara e se fizeram outros livros dos quais constassem os ofícios e atos paroquiais, os registros dos testamentos de alternativa eclesiástica, despesas e receitas das irmandades, lançamentos de batizados e óbitos.
Sucedeu-lhe o Pe. João Ribeiro Pessoa, autor das “Noticias da Freguesia de N. S. da Conceição”, dadas no ano de 1767, e que foi à sua época o documento mais exato da origem de Sobral.
Aqui faleceu em 1786. Era tio do pe. João Ribeiro Pessoa, que foi uma das vitimas da revolução de Pernambuco de 1817.
Foi ele o edificador da Matriz, com duas torres magnificas que medem 31 metros de altura, servindo agora, de Catedral do Bispado de Sobral, criado em 1915.
Contava naquele tempo a freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Caiçara, hoje Sobral, de 15 léguas, desde a barra do rio Acaraú, principiando ao norte, na Picada dos Castelhanos até a Picada do Itapagé. Pela Ribeira acima tinha 34 léguas de comprimento até onde findava a freguesia ao pé da Serra da Ibiapaba, abaixo do Campo Grande, e de largo 30 léguas principiando na boca da Picada de Quixeramobim até a Picada do Caiá, e assim ia estendendo-se ou estreitando-se até quinze léguas, quanto tinha de costa.
Já no paroquiato do Pe. João Ribeiro funcionavam três irmandades na sede da freguesia, datando de 1747 a criação da Irmandade do S. S. Sacramento, tempo em que era cura o Pe. Antônio de Carvalho Albuquerque, tendo sido aprovados os estatutos de seu compromisso pelo Pe. Manoel Machado Freire, que se encontrava em visita a essa cidade, a de Nossa Senhora da Conceição, no ano de 1758, sendo pároco o Pe. Manoel da Fonseca Jaime, constando ser do mesmo tempo a ereção da Irmandade das Santas Almas.
Constavam já na povoação, como afirma o Pe. João Ribeiro, 75 casas, das quais 53 de telhas.
A população era de vinte e uma almas de confissão e 670 fogos, sendo 105 destes, fazendas de criar.
Além da Matriz que foi construída sobre os escombros da outra edificada pelo Pe. Antônio de Carvalho Albuquerque no ano de 1746, o Pe. João Ribeiro enumera mais cinco capelas:
A de São José, sob a invocação de N. S. da Conceição, construída em 1718 pelo Capitão Felix da Cunha Linhares, que lhe doou meia légua de terra no mesmo sítio de São José e mais 50 vacas de criar.
Como ameaçasse cair em ruínas, foi reedificada pelo Capitão Domingos da Cunha Linhares, seu sobrinho, no ano de 1763. Não distando mais que duas léguas e meia de Sobral, fica a margem direita do rio Madeira, quase na sua confluência com o rio Acaraú.
A da hoje cidade de Meruoca, sobre a serra do mesmo nome foi erigida em 1728 pelo cura João da Costa Ribeiro.
Sebastião de Sá e sua mulher Cosma Ribeiro doaram-lhe para patrimônio, em 1724, meia légua de terra, onde foi edificada a capela, e mais cem vacas paridas e uma engenhoca de fazer mel.
A capela de N. S. de Santa Cruz, edificada em 1732, reedificada por ordem do Pe. José Teixeira de Azevedo.
A capela de N. S. do Rosário do Riacho dos Guimarães, cuja criação não se consta ao certo, foi construída pelo Pe. Felix Machado Freire, no ano de 1740.

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